Futebol/Santo Antão Sul: Presidente diz que duas últimas épocas foram “históricas” para os Sanjoanenses

20-06-2024 16:29

Porto Novo, 20 Jun (Inforpress) – O presidente do Clube de Futebol Sanjoanenses disse hoje que as últimas duas épocas foram “históricas” para esta instituição desportiva, que conquistou dois campeonatos regionais, uma taça Porto Novo, uma supertaça e um torneio de abertura.

Pedro Cruz disse à Inforpress que o seu mandato de dois anos, que está no fim, foi “histórico” para este clube, já com 40 anos de história.

O presidente dos azuis da Ribeira das Patas reafirmou a decisão de não se recandidatar ao cargo, mas disse não ter “dúvidas” de que aquilo que o clube conquistou nos últimos dois anos “vai ficar na história” desta agremiação desportiva, destacando o envolvimento dos dirigentes, mas também da comunidade e dos sócios e amigos do clube em Cabo Verde e na diáspora.

“O nosso mandato vai ficar na história dos Sanjoanenses, com a conquista de vários títulos. Temos resultados desportivos, temos algum património, também temos responsabilidades financeiras, mas continuamos a contar com o apoio de todos”, sublinhou o líder dos azuis, para quem o sucesso desportivo deveu-se também ao facto de os Sanjoanenses terem contado com uma equipa técnica prestigiada, comandada por Gunga Fonseca.  

A nível nacional, a actuação dos Sanjoanenses nas competições (taça e campeonato) não teve o sucesso que se esperava, no dizer do presidente do clube, que adiantou que o objectivo, inicialmente traçado, era chegar às meias-finais.

“Primeiro, houve aquele impasse na definição do campeão, o que acabou por criar alguma instabilidade e estressar o grupo de trabalho. Segundo, os Sanjoanenses integraram um grupo extremamente forte. Mas, mesmo assim, acredito que Santo Antão Sul esteve dignamente representado”, avançou ainda.

Segundo Pedro Cruz, o subsídio da Câmara Municipal do Porto Novo atribuído aos Sanjoanenses pela conquista do título ficou aquém do esperado, informando que os azuis receberam da edilidade 80 contos, enquanto que campeões de outras regiões, como São Vicente, Sal e Santiago Sul, recebem subsídios que chegam a centenas de contos. 

“Não exigimos que o campeão regional receba 300, 400 e 500 contos de subsídio de campeão como acontece em outras regiões, mas há necessidade de se repensar os valores que são atribuídos às equipas que representam Santo Antão Sul nas provas nacionais”, vincou, lamentando que os Sanjoanenses não tenham tido o apoio merecido das entidades públicas “que tem a obrigação de fazer mais para o futebol”.   

Em declarações à Inforpress, Pedro Cruz falou da qualidade do futebol em Santo Antão Sul que, na sua opinião, "deve melhorar", propondo para isso a criação de mais competições e a criação de uma segunda divisão para trazer mais competitividade a este desporto.

O líder dos Sanjoanenses defende também a realização de um campeonato regional a nível de toda a ilha de Santo Antão, mas com dois representantes no campeonato nacional.

Há, no seu entender, o desafio da sustentabilidade financeira dos clubes em Santo Antão Sul, que deve merecer a atenção da associação regional de futebol e do poder público.

“A Associação Regional de Futebol em Santo Antão Sul deve organizar-se melhor para poder ajudar os clubes a ultrapassar os desafios. A Câmara Municipal do Porto Novo deve melhorar os apoios. Se fizermos as contas, chegamos à conclusão de que temos estado a regredir”, adiantou Pedro Cruz, para quem a autarquia terá de repensar os valores dos subsídios que, a seu ver, têm estado muito aquém das expectativas.

Este dirigente desportivo voltou a defender a “discriminação positiva” para os clubes do interior da região, que têm despesas adicionais em relação aos clubes da cidade do Porto Novo, tendo destacado o facto de os Sanjoanenses, somente em transporte dos atletas (Ribeira das Patas - cidade do Porto Novo) terem uma despesa mensal à volta de 50 contos.

Uma outra questão abordada teve a ver com a situação do Estádio Municipal do Porto Novo, cuja relva e balneários estão degradados e lembrou que os clubes, no início da época 2023 – 2024 decidiram que não haverá campeonato na próxima temporada caso não seja substituída a relva e feitas melhorias nos balneários.  

“Trata-se de um problema nacional que deve merecer a atenção da câmara municipal e do Governo, mas acredito que a situação se vai resolver. Caso contrário, a decisão dos clubes vai prevalecer”, finalizou.

JM/HF

Inforpress/Fim 

Notícias Recentes


27-06-2024 20:59
27-06-2024 20:52
27-06-2024 20:26
27-06-2024 20:20
27-06-2024 20:34