internacional


22-06-2024 9:17

Nova Iorque, 22 Jun (Inforpress) - Os Estados Unidos confirmaram a morte de "vários cidadãos norte-americanos" na Arábia Saudita durante o Hajj, a grande peregrinação muçulmana a Meca, que este ano terminou com a morte de quase 900 pessoas devido ao calor extremo.

"Apresentamos as nossas sinceras condolências às famílias pela perda. Estamos prontos para fornecer toda a assistência consular apropriada", disse, na sexta-feira, à agência de notícias EFE um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

A peregrinação anual a Meca terminou na quarta-feira, após cinco dias de rituais religiosos, marcados por altas temperaturas que chegaram a 51,8 graus Celsius.

O Departamento de Estado ainda não divulgou o número exacto de cidadãos norte-americanos que perderam a vida, nem quis dar mais detalhes "por respeito à privacidade das famílias". Mas o porta-voz afirmou que "as autoridades locais são agora responsáveis pela determinação da causa da morte e pela emissão da certidão de óbito".

Na peregrinação deste ano a Meca, o Egipto é, até ao momento, o país mais afectado, com pelo menos 325 mortos entre os fiéis, a grande maioria devido ao calor.

Tanto o Egipto como a Jordânia, que registou pelo menos 68 mortes entre os peregrinos, anunciaram que vão processar indivíduos e agências que facilitaram a viagem dos fiéis fora dos canais oficiais.

Devido ao elevado preço da viagem, com um custo médio de 4.600 euros por pessoa, muitos optam por outros meios que o reino saudita considera ilegais.

Estes peregrinos não oficiais não têm acesso a instalações e tendas com ar condicionado durante a peregrinação.

Por outro lado, continua a aumentar o número de mortos entre os peregrinos da Indonésia, o segundo país mais afetado pela morte de fiéis muçulmanos na peregrinação deste ano, que reuniu mais de 1,8 milhões de pessoas.

Pelo menos 200 indonésios morreram, embora as autoridades não tenham esclarecido os motivos.

Índia, Paquistão, Malásia e Bangladesh anunciaram 90, 35, 14 e 31 mortes, respectivamente, de acordo com fontes oficiais e 'media' locais.

O Hajj é um dos cinco pilares do Islão e é obrigatório pelo menos uma vez na vida para todos os muçulmanos que tenham saúde e recursos para o fazer.

Inforpress/Lusa

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21-06-2024 12:38

Luxemburgo, 21 Jun (Inforpress) – A convocatória da Conferência Intergovernamental (CIG) foi hoje marcada pelos Estados-membros da União Europeia (UE) para dia 25, marcando a abertura formal da adesão da Ucrânia e Moldova ao bloco, anunciou hoje a presidência semestral belga.

Os ministros das Finanças da UE adotaram hoje, no Luxemburgo, o quadro negocial com os dois países candidatos e a abertura formal das negociações arranca, também no Luxemburgo, na próxima terça-feira, após a reunião dos ministros dos Assuntos Europeus da UE.

Na quarta-feira, os embaixadores dos Estados-membros junto da UE tinham já concordado na convocação da CIG, hoje formalizada pelo Conselho da UE, a poucos dias do fim da presidência rotativa belga (termina a 30 de junho, seguindo-se a Hungria no segundo semestre do ano).

A Comissão Europeia considerou, por seu lado, no passado dia 07 que Kiev e Chisinau cumpriam as condições prévias para a abertura das longas negociações formais.

O Conselho Europeu tinha já dado parecer favorável à abertura de negociações em dezembro de 2023.

A CIG prepara a reforma das instituições da UE no âmbito do alargamento a novos Estados-membros, havendo atualmente oito países candidatos: Turquia (1987), Macedónia do Norte (2004), Montenegro (2008), Albânia (2009), Sérvia (2009), Bósnia e Herzegovina, Ucrânia, Moldova (2022) e Geórgia (2023).

Inforpress/Lusa

Fim

21-06-2024 8:04

Washington, 21 Jun (Inforpress) - Os Estados Unidos anunciaram hoje que decidiram parar o fornecimento de mísseis Patriot e NASAM a outros países para que este armamento possa chegar à Ucrânia o mais depressa possível.

“Muitos dos nossos aliados e parceiros também tomaram medidas históricas, mas obviamente é necessário mais e é necessário agora”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, em teleconferência com jornalistas.

Consequentemente, acrescentou, o executivo dos Estados Unidos "tomou a difícil mas necessária decisão de redefinir a prioridade do plano de curto prazo para entregas de vendas militares a outros países, para que, em vez disso, sejam destinadas à Ucrânia".

Kirby indicou que Kiev receberá “nas próximas semanas, antes do final do verão, com certeza”, aqueles sistemas que inicialmente iriam para outros países.

A administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, indicou que está em diálogo com os países afetados, cujos nomes não foram divulgados, para avaliar os novos prazos de entrega.

“Faremos o nosso melhor para minimizar esse atraso tanto quanto possível”, disse o porta-voz.

Kirby afirmou que "esta redefinição de prioridades não afetará Taiwan e o que Taiwan continua a precisar e a receber dos Estados Unidos para sua autodefesa".

A decisão foi tomada para ajudar a Ucrânia a lidar com os ataques aéreos russos.

"Nos últimos meses, a Rússia acelerou os seus ataques com mísseis contra cidades e infraestruturas civis. Eles estão a tentar destruir o sistema energético da Ucrânia. Esta não é uma tática nova para eles, mas certamente aplicaram muito mais energia e esforço", comentou.

Os militares ucranianos, acrescentou, “precisam desesperadamente de capacidades adicionais de defesa aérea” e os Estados Unidos levam os seus laços com os países “muito a sério”, especialmente quando um parceiro como a Ucrânia se encontra numa encruzilhada.

Kirby observou que a resposta recebida dos países afetados pela mudança na estratégia militar de curto prazo tem sido geralmente positiva.

A Roménia, por sua vez, afirmou hoje que irá entregar um sistema de mísseis terra-ar de longo alcance Patriot à Ucrânia para que possa defender-se dos “constantes e massivos ataques da Rússia”, nas palavras da presidência de Bucareste.

Inforpress/Lusa

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20-06-2024 14:40

Bucareste, 20 Jun (Inforpress) - O Presidente da Roménia, Klaus Iohannis, desistiu esta quinta-feira da candidatura que tinha apresentado a secretário-geral da NATO. O primeiro-ministro neerlandês demissionário, Mark Rutte, torna-se assim o único que se mantém na corrida para liderar a aliança translatântica.

Num comunicado, citado pela imprensa romena, lê-se que o Presidente romeno solicitou ao Conselho Supremo de Defesa Nacional da Roménia para se pronunciar sobre a candidatura de Mark Rutte. Aquele órgão decidiu apoiar o primeiro-ministro holandês demissionário. Assim sendo, Klaus Iohannis considerou que não reunia condições para levar a avante a sua candidatura a secretário-geral da Aliança Atlântica.

Klaus Iohannis foi o representante do Leste da Europa na corrida para secretário-geral da NATO, região que queria ganhar mais protagonismo nos quadros da Aliança, por causa da guerra da Ucrânia e das implicações geopolíticas do conflito.

No entanto, maioria dos Estados-membros — incluindo os Estados Unidos, Alemanha, França ou Reino Unido — preferiram apoiar a candidatura de Mark Rutte, que está de saída do governo neerlandês.

Nos últimos dias, a Hungria e a Eslováquia, países que mantinham uma certa animosidade em relação à candidatura do primeiro-ministro neerlandês, decidiram apoiar a candidatura de Mark Rutte.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, foi bastante crítico da candidatura de Mark Rutte, devido às tensões que os dois líderes mantiveram. Em março de 2024, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, atirou que Budapeste não poderia apoiar “a eleição de um homem para o cargo de secretário-geral da NATO que queria forçar a Hungria a ajoelhar-se”.

As declarações de a Hungria “ajoelhar-se” remontam a 2021, quando Mark Rutte criticou duramente as medidas anti-LGBT adotadas pelo governo húngaro. O chefe do executivo neerlandês afirmou que a Hungria “não tinha mais lugar na União Europeia” e que devia ser “obrigada a ajoelhar-se” neste assunto, sugerindo que o país devia ser pressionado por Bruxelas para que não adotasse a legislação.

Apesar da tensão, a Hungria levantou o veto. Em troca deste apoio, Mark Rutte garantiu a Viktor Orbán que as tropas húngaras “não farão parte de quaisquer atividades da NATO na Ucrânia” e “nenhuns fundos húngaros” seriam usados para esse efeito.

Tendo em conta estas condicionantes, Mark Rutte deverá tornar-se o próximo secretário-geral da NATO, contando inclusivamente com o apoio do antecessor, Jens Stoltenberg. A decisão deverá ser anunciada dentro de semanas, sendo o momento mais expectável a cimeira da NATO, que ocorre entre 9 a 11 de Julho de 2024 em Washington D.C.

Inforpress/Lusa

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20-06-2024 8:09

Madrid, 20 Jun (Inforpress) - A delegação espanhola do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) defendeu hoje "soluções urgentes" para as crianças e jovens que estão a ser atendidos pelos serviços de proteção das ilhas Canárias, assoberbados de trabalho.

"Cada vez chegam mais menores de idade sozinhos e muitos não pedem proteção internacional porque as suas necessidades não são identificadas, apesar de muitos virem de países com uma alta taxa de reconhecimento", diz o Unicef na véspera do Dia Mundial do Refugiado, que se celebra na quinta-feira.

Uma das razões para esta situação é "a saturação insustentável do sistema de proteção nas Ilhas Canárias, com mais de 5.600 crianças não acompanhadas", acrescenta o Fundo num comunicado citado pela agência espanhola de notícia, a Efe.

No texto, a delegação espanhola do Unicef exige que sejam encontradas fórmulas para a transferência obrigatória de menores para o resto da península, uma iniciativa em que o governo central está atualmente a trabalhar em conjunto com o governo das Canárias e para a qual procura agora apoio parlamentar.

A Unicef sublinhou também a necessidade de "um maior investimento" e de "instrumentos eficazes" para a aplicação deste tipo de medidas.

Para além das Ilhas Canárias, a Unicef Espanha exigiu também "soluções urgentes" para que todas as crianças e adolescentes refugiados, que representam mais de 40% da população mundial deslocada, tenham os mesmos direitos e oportunidades que os outros jovens, lamentando que o sistema de gestão dos pedidos e de acolhimento dos requerentes de proteção internacional "ainda não seja capaz de dar resposta à nova realidade do asilo em Espanha".

Inforpress/Lusa

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19-06-2024 15:16

Pretória, 19 Jun (Inforpress) - Cyril Ramaphosa tomou hoje posse como Presidente da África do Sul para um segundo mandato de cinco anos, após o seu partido, o histórico Congresso Nacional Africano (ANC), ter perdido pela primeira vez a maioria absoluta.

"A formação de um Governo de Unidade Nacional é um momento de grande significado. É o início de uma nova era", declarou o chefe de Estado, de 71 anos, durante o discurso de tomada de posse na capital, Pretória.

"Eu, Matamela Cyril Ramaphosa, juro que serei fiel à República da África do Sul e que obedecerei, observarei e defenderei a Constituição e todas as outras leis da República", declarou Ramaphosa ao fazer o juramento de posse perante o chefe do poder judicial sul-africano, o juiz Raymond Zondo.

Com este juramento na sede do executivo sul-africano, iniciou-se uma nova fase na história do país, marcada por um Governo de unidade nacional sem precedentes, cuja composição ainda não foi revelada.

Ramaphosa foi eleito com 283 votos na primeira sessão do parlamento, com o apoio dos partidos de oposição Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês), centro-direita e liberal, e Partido Livre Inkatha (IFP), centro-esquerda e nacionalista zulu, após um acordo de última hora.

Embora tenha sido o partido mais votado nas eleições realizadas em 29 de maio, as sétimas eleições gerais no país, o ANC manteve o seu declínio eleitoral, perdendo a maioria absoluta no parlamento, pela primeira vez em 30 anos, após obter 40,18% dos votos, elegendo 159 deputados para a Assembleia Nacional, menos 71 lugares do que havia alcançado em 2019, quando obteve 57,5% dos votos.

A tomada de posse de Ramaphosa dá início à formação do Governo de Unidade Nacional e que deve incluir ainda membros de outros dois partidos -- o GOOD, e o Aliança Patriótica (AP), anunciou o partido no poder.

Inforpress/Lusa

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19-06-2024 13:55

Maputo, 19 Jun (Inforpress) - A União Europeia está a analisar um novo pedido de apoio às Forças Armadas Ruandeses que combatem o terrorismo em Cabo Delgado, norte de Moçambique, disse hoje, em Maputo, a comissária europeia para as Relações Internacionais, Jutta Urpilainen.

“De facto, temos vindo a apoiar financeiramente as forças do Ruanda e recebemos o pedido. Neste momento, está a ser analisado”, disse Jutta Urpilainen, questionada pela Lusa ao concluir a visita de 24 horas que realizou a Maputo.

Ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, a União Europeia já tinha aprovado em 2023 um apoio de 20 milhões de euros às forças ruandesas em Cabo Delgado, no combate aos grupos terroristas que operam na região.

Para ser aprovado o novo apoio, é necessária a aprovação por parte de todos os Estados-membros.

“O meu caro colega, o alto representante, vice-presidente Burrell, o mais provável é que tome a sua decisão num futuro próximo. Mas neste momento está a ser considerado”, acrescentou Jutta Urpilainen.

De acordo com a União Europeia, este mecanismo assegura uma avaliação adequada dos riscos e medidas de atenuação, em conformidade com o direito internacional dos direitos humanos, o direito internacional humanitário e a legislação comunitária em matéria de exportação de armas.

O Ruanda está a reforçar o atual contingente de mais de 2.500 militares que combate os grupos insurgentes em Cabo Delgado, anunciou em 18 de maio o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, horas depois de se reunir, em Kigali, com o homólogo ruandês.

“Esta semana está a desembarcar mais contingente, não para trocar [revezar os militares], mas para acrescentar fluxo. E isso sobretudo por causa da saída da SAMIM [missão militar dos países da África austral], e quando sair definitivamente da zona de Macomia vamos ocupar”, avançou Filipe Nyusi.

“Não porque Moçambique não pode [assegurar a defesa], mas não se combate terrorismo só. Mas a responsabilidade maior é dos moçambicanos”, enfatizou Nyusi, que também se reuniu em Kigali, nesta visita, com o presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné.

A petrolífera francesa suspendeu em 2021, devido aos ataques de grupos insurgentes, o megaprojeto de gás natural em Palma, Cabo Delgado, de 20 mil milhões de dólares (cerca de 18,6 mil milhões de euros), e, para Filipe Nyusi, que transmitiu ao líder da TotalEnergies a decisão de reforço do contingente do Ruanda, que garante a segurança naquela aérea, a dúvida não é “se vai retomar [o projeto], mas quando”.

“Ficou completamente seguro que o Ruanda coopera com o país, não coopera com pessoas. E o maior orgulho que nós teríamos era deixar as coisas bem feitas para ter a sua continuidade”, disse ainda Filipe Nyusi, aludindo ao ciclo eleitoral de Moçambique, que realiza em 09 de outubro eleições gerais, incluindo presidenciais, às quais o atual chefe de Estado já não pode concorrer por ter atingido o limite de dois mandatos.

Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico, combatida desde 2021 com o apoio dos militares do Ruanda e dos países da África austral, esta última em processo de retirada do terreno desde abril, a concluir até julho próximo.

O Ministério da Defesa Nacional confirmou em 10 de maio um “ataque terrorista”, durante a madrugada, à vila de Macomia, garantindo que um dos líderes do grupo foi ferido pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e outro morto.

“O ataque durou cerca de 45 minutos e os terroristas foram prontamente repelidos pela ação coordenada das nossas forças, que obrigaram o inimigo a recuar, em direção ao interior do posto administrativo de Mucojo”, afirmou em comunicado.

O Presidente de Moçambique tinha confirmado, ao final da manhã de 10 de maio, este ataque à sede distrital de Macomia, explicando que aconteceu numa zona antes controlada pelos militares da missão SAMIM.

Inforpress/Lusa

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19-06-2024 7:45

Washington, 19 Jun (Inforpress) – O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, denunciou hoje o apoio da China ao esforço de guerra da Rússia na Ucrânia e defendeu que tal "tem de acabar".

“[A ajuda] permite à Rússia manter a base militar-industrial, manter a máquina de guerra, manter a guerra. Isto tem de acabar", declarou Blinken numa conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, em Washington, apontando que cerca de "70% das máquinas importadas pela Rússia” são oriundas da China, tal como "90% dos equipamentos de microeletrónica".

Os Estados Unidos têm vindo intensificar as críticas à China e às empresas chinesas, argumentando que estão a ajudar o esforço de guerra de Moscovo, fornecendo componentes e equipamento para apoiar a indústria de armamento russa, com impacto no campo de batalha na Ucrânia.

A China não fornece armas diretamente à Rússia.

"A China não pode ter as duas coisas. A China não pode continuar a ter relações comerciais normais com os países europeus e, ao mesmo tempo, alimentar a maior guerra a que assistimos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou, por sua vez, Stoltenberg.

No dia anterior, o secretário-geral da NATO, que está a realizar desde segunda-feira uma visita aos Estados Unidos e ao Canadá, tinha apelado a que Pequim fosse "obrigada a pagar" pelo seu apoio à Rússia.

Os dois líderes também expressaram preocupação com o fortalecimento das relações entre a Rússia e a Coreia do Norte, onde o Presidente russo, Vladimir Putin, estará até quarta-feira.

No fim de semana passado, o grupo das sete maiores economias mundiais (G7) apelou à China para que deixe de fornecer componentes de armamento à Rússia. 

"Apelamos à China para que deixe de transferir (...) componentes de armas e equipamentos que abastecem o setor da defesa russo", indicaram as potências (Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá e Japão mais a União Europeia) numa declaração final após uma cimeira que decorreu em Itália.

Também por ocasião desta cimeira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou que o homólogo chinês, Xi Jinping, lhe garantiu que Pequim não venderá armas à Rússia, um reconhecido aliado chinês.

"Tive uma conversa telefónica com o dirigente da China, que me disse que não venderia armas à Rússia. Veremos. Deu-me a sua palavra", afirmou Zelensky, à margem da cimeira do G7.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Inforpress/Lusa

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18-06-2024 12:13

Brasília, 18 Jun (Inforpress) - Dois suspeitos de planearem atentados contra o senador e ex-juiz Sergio Moro e outras autoridades brasileiras foram mortos à facada na segunda-feira dentro de uma prisão no estado de São Paulo, indicaram as autoridades.

Três reclusos, supostamente ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do Brasil, confessaram o envolvimento no duplo assassínio e já foram isolados, detalhou a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo.

As autoridades estão a investigar um quarto recluso supostamente envolvido no crime, que ocorreu numa das alas de um presídio em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, estado onde o PCC nasceu e epicentro das suas actividades criminais.

A polícia abriu um inquérito para esclarecer as circunstâncias das duas mortes.

Segundo a imprensa local, os dois mortos são Janeferson Aparecido, conhecido como Nefo, e Reginaldo Oliveira, vulgo Rê.

Ambos eram acusados de serem membros de uma célula do PCC encarregada de planear atentados contra as autoridades brasileiras.

Em Março de 2023, uma operação da Polícia Federal resultou na prisão de vários integrantes do grupo, que há um ano planeava o assassínio simultâneo de diversos membros das autoridades.

Sergio Moro, mundialmente famoso por condenar o actual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e que mais tarde se tornou ministro da Justiça no Governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), era um alvo prioritário.

O PCC monitorizava de perto a rotina de Moro e da família.

De acordo com a investigação, o PCC planeou raptar Moro a 30 de Outubro de 2022, dia da segunda volta das eleições presidenciais em que o líder Lula da Silva saiu vitorioso nas eleições contra Bolsonaro.

Moro desenvolveu a carreira como magistrado na cidade de Curitiba e liderou a operação anticorrupção Lava Jato.

O PCC nasceu na década de 1990 nas prisões de São Paulo e hoje é a mais poderosa quadrilha criminosa dedicada ao tráfico de drogas na América do Sul, com tentáculos em vários países da região.

Inforpress/Lusa

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18-06-2024 12:08

Genebra, Suíça, 18 Jun (Inforpress) – O número de civis mortos em conflitos no mundo aumentou 72% em 2023 face ao ano anterior, duplicando a proporção de mulheres mortas e triplicando a de crianças, denunciou hoje o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos.

Os dados, que classificou de “aterradores”, foram hoje apresentados por Volker Türk na abertura da 56º sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que decorre até 12 de Julho em Genebra, Suíça.

O responsável enfatizou as consequências dos “ataques implacáveis” do exército israelita em Gaza, em boa parte responsáveis pelo forte aumento do número global de vítimas entre civis.

“Custa-me iniciar a minha actualização global, mais uma vez, com a crueldade da guerra. Em 2023, os dados recolhidos pelo meu gabinete mostram que o número de mortes de civis em conflitos armados aumentou 72%. De forma aterradora, os dados indicam que a proporção de mulheres mortas em 2023 duplicou e a de crianças triplicou, em comparação com o ano anterior”, apontou o alto-comissário.

Türk manifestou-se particularmente “chocado com o desrespeito pelos direitos humanos internacionais e pelo direito humanitário por parte das partes envolvidas no conflito em Gaza”.

“Tem havido mortes e sofrimentos inaceitáveis. Mais de 120 mil pessoas em Gaza, na sua esmagadora maioria mulheres e crianças, foram mortas ou feridas desde 07 de Outubro, em resultado das intensas ofensivas israelitas", indicou.

Referiu que desde que Israel intensificou as suas operações em Rafah, no início de Maio, quase um milhão de palestinianos foram mais uma vez deslocados à força, enquanto o fornecimento de ajuda e o acesso humanitário se deterioraram ainda mais".

Também na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, a situação “está a deteriorar-se dramaticamente”, prosseguiu, apontando que, à data de 15 de Junho, “528 palestinianos, 133 dos quais crianças, tinham sido mortos pelas forças de segurança israelitas e/ou por colonos desde Outubro, o que, em muitos casos, suscita sérias preocupações quanto a mortes ilegais”.

No mesmo período, 23 israelitas foram mortos na Cisjordânia e em Israel em confrontos ou ataques de palestinianos, enquanto, recordou, “os grupos armados palestinianos continuam a manter muitos reféns e, em alguns casos, em zonas densamente povoadas, colocando-os a eles e aos civis palestinianos em maior risco”.

“Os ataques implacáveis de Israel em Gaza estão a causar imenso sofrimento e destruição generalizada. A recusa e a obstrução arbitrárias da ajuda humanitária prosseguiram, e Israel continua a deter arbitrariamente milhares de palestinianos. Esta situação tem de acabar”, sustentou o responsável máximo da ONU para os Direitos Humanos.

Volker Türk também se manifestou “extremamente preocupado com a escalada da situação entre o Líbano e Israel”, indicando que os dados disponíveis apontam para que já tenham sido mortas “401 pessoas no Líbano, incluindo paramédicos e jornalistas”.

“Mais de 90 mil foram deslocadas no Líbano e mais de 60 mil foram deslocadas em Israel, com 25 vítimas mortais israelitas. Milhares de edifícios foram destruídos. Reitero o meu apelo à cessação das hostilidades e aos actores com influência para que tomem todas as medidas possíveis para evitar uma guerra em grande escala”, disse.

Relativamente à guerra na Ucrânia, lamentou que também aqui a situação esteja a deteriorar-se, sublinhando que “a recente ofensiva terrestre das forças armadas russas na região de Kharkiv, na Ucrânia, destruiu comunidades inteiras”.

Os residentes “muitos dos quais idosos, [são forçados] a esconderem-se em caves, sem electricidade, água ou alimentação adequada, à medida que a zona era alvo de intensos ataques com armas explosivas com efeitos de área alargada”.

O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos realçou que, “além de infligir um sofrimento humano insuportável, a guerra tem um preço elevado”, e revelou que, “até ao final de Maio de 2024, o fosso entre as necessidades de financiamento humanitário e os recursos disponíveis ascende a 40,8 mil milhões de dólares”, cerca de 38 mil milhões de euros.

Lamentando que, em média, apenas cerca de 16,1% dos apelos de ajuda humanitária sejam financiados, Volker Türk assinalou, “a título de comparação, que as despesas militares a nível global em 2023 ascenderam a perto de 2,5 triliões de dólares (cerca de 2,3 triliões de euros), um aumento de 6,8% face ao ano anterior, o mais acentuado desde 2009.

A concluir a sua intervenção, o alto-comissário advertiu que se está a assistir a “ataques verbais cada vez mais agressivos, a ameaças e represálias e a campanhas virulentas nas redes sociais contra instituições e mecanismos internacionais, incluindo as Nações Unidas em geral” e o seu gabinete em particular, mas também visando “titulares de mandatos dos procedimentos especiais, o Tribunal Internacional de Justiça e o Tribunal Penal Internacional”.

“Isto é inaceitável. Estas instituições foram criadas e mandatadas pelos Estados precisamente para levar a cabo o seu trabalho crucial. E os Estados devem facilitar este trabalho e protegê-lo de interferências e ataques indevidos”, exortou.

Inforpress/Lusa

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18-06-2024 8:24

Paris, 18 Jun (Inforpress) - A Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura alertou hoje que a evolução da inteligência artificial pode dar origem a uma nova série de informações erradas e que neguem o Holocausto.

 "Se permitirmos que os factos horríveis do Holocausto sejam diluídos, distorcidos ou falsificados através da utilização irresponsável da Inteligência Artificial, corremos o risco de uma propagação explosiva do antissemitismo e da diminuição gradual da nossa compreensão sobre as causas e as consequências dessas atrocidades", afirmou Audrey Azoulay da Unesco numa declaração que acompanha o relatório.

O documento publicado hoje pela Unesco conclui que a Inteligência Artificial (IA) pode originar dados falsos e enganosos sobre o Holocausto "que se espalham na internet", devido a falhas nos programas.

Por outro lado, a Unesco alerta que "grupos de ódio e negacionistas do Holocausto" podem usar intencionalmente programas de Inteligência Artificial para gerar "conteúdos que ponham falsamente em causa o assassinato de judeus e outros grupos pelos nazis" desde 1933 até ao final da Segunda Guerra Mundial em 1945. 

O regime nazi alemão foi responsável pela morte de seis milhões de judeus, cidadãos de etnia cigana, prisioneiros de guerra russos, homossexuais e oposicionistas políticos, através de métodos de extermínio.    

Para a agência das Nações Unidas, uma das maiores preocupações é o facto de a IA poder ser utilizada para criar os chamados "deepfakes" do Holocausto: imagens ou vídeos realistas que podem ser utilizados para sugerir que o Holocausto não aconteceu ou foi exagerado.

Segundo a Unesco, esta situação pode levar a um maior antissemitismo e a uma falta de compreensão de um dos momentos mais dramáticos da História do século XX, a nível mundial.

O relatório refere ainda que alguns programas assistidos por IA permitem aos utilizadores interagir com figuras históricas (de forma simulada), incluindo líderes nazis como Adolf Hitler (1889-1945).

A utilização generalizada da inteligência artificial usada supostamente para ajudar na educação, na investigação e na escrita está a aumentar a probabilidade de que dados não fiáveis e "alucinações" da nova tecnologia possam provocar "mal-entendidos do público sobre o Holocausto", mesmo que inadvertidamente.

Os programas de inteligência artificial, cuja compreensão do mundo se baseia em fontes relativamente limitadas, também podem dar respostas incompletas ou enganosas quando questionados sobre o Holocausto.

 O relatório da Unesco apela às empresas tecnológicas para que estabeleçam regras éticas para o desenvolvimento e utilização da Inteligência Artificial, de forma a reduzir as hipóteses de informação não fiável e a evitar que "maus atores" utilizem os programas informáticos para encorajar a violência e espalhar mentiras sobre o Holocausto.

Inforpress/Lusa

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17-06-2024 19:06

Jerusalém, 17 Jun  (Inforpress) – Milhares de pessoas concentraram-se hoje frente ao parlamento israelita (Knesset) para exigir eleições antecipadas e um acordo de cessar-fogo com o movimento islamista palestiniano Hamas para a libertação dos reféns da Faixa de Gaza.

“Apesar de este Governo possuir maioria no parlamento, já não representa o que pretende a maioria da sociedade. Este governo está a provocar muito prejuízo ao nosso país”, indicaram manifestantes à agência noticiosa Efe.

“Cada vez mais países nos rejeitam pelas decisões que tomamos”, acrescentaram.

O protesto, que segundo os organizadores juntou 100.000 pessoas, insere-se numa semana de ações convocadas por numerosos grupos civis críticos da gestão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e que pretendem mobilizar um milhão de israelitas para exigir a convocação de eleições.

A manifestação decorreu no dia em que Netanyahu anunciou a dissolução do gabinete de guerra, o mecanismo criado em 11 de outubro para adotar as decisões sobre as operações militares na Faixa de Gaza, após a demissão do ex-ministro Benny Gantz.

Previamente, e durante a manhã, autoestradas de Israel foram bloqueadas por manifestantes em protesto contra o Governo.

Os manifestantes bloquearam, entre outras vias, a autoestrada n.º 1 de acesso a Telavive e a autoestrada n.º 2 perto de Herzliya, no segundo dia de protestos a nível nacional que devem prolongar-se durante toda a semana.

De acordo com a Efe, escutou-se a palavra de ordem "basta" assim como os nomes dos reféns mantidos em cativeiro em Gaza pelo Hamas há mais de oito meses.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas. Mais de cem reféns, incluindo um número indeterminado de mortos, permanecem no enclave palestiniano.

Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento mais de 37.300 mortos e pelo menos 82.500 feridos segundo o Hamas, classificado como “organização terrorista” por Israel, União Europeia e Estados Unidos.

Calcula-se ainda que 10.000 palestinianos permanecem soterrados nos escombros após cerca de oito meses de guerra, que também está a desencadear uma grave crise humanitária.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Também na Cisjordânia e em Jerusalém leste, ocupados por Israel, pelo menos 510 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou por ataques de colonos desde 07 de outubro, para além de cerca de 9.000 detidos desde essa data.

Inforpress/Lusa/Fim

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