Apoio da China ao esforço de guerra da Rússia "tem de acabar", diz Blinken
Apoio da China ao esforço de guerra da Rússia "tem de acabar", diz Blinken
Washington, 19 Jun (Inforpress) – O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, denunciou hoje o apoio da China ao esforço de guerra da Rússia na Ucrânia e defendeu que tal "tem de acabar".
“[A ajuda] permite à Rússia manter a base militar-industrial, manter a máquina de guerra, manter a guerra. Isto tem de acabar", declarou Blinken numa conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, em Washington, apontando que cerca de "70% das máquinas importadas pela Rússia” são oriundas da China, tal como "90% dos equipamentos de microeletrónica".
Os Estados Unidos têm vindo intensificar as críticas à China e às empresas chinesas, argumentando que estão a ajudar o esforço de guerra de Moscovo, fornecendo componentes e equipamento para apoiar a indústria de armamento russa, com impacto no campo de batalha na Ucrânia.
A China não fornece armas diretamente à Rússia.
"A China não pode ter as duas coisas. A China não pode continuar a ter relações comerciais normais com os países europeus e, ao mesmo tempo, alimentar a maior guerra a que assistimos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou, por sua vez, Stoltenberg.
No dia anterior, o secretário-geral da NATO, que está a realizar desde segunda-feira uma visita aos Estados Unidos e ao Canadá, tinha apelado a que Pequim fosse "obrigada a pagar" pelo seu apoio à Rússia.
Os dois líderes também expressaram preocupação com o fortalecimento das relações entre a Rússia e a Coreia do Norte, onde o Presidente russo, Vladimir Putin, estará até quarta-feira.
No fim de semana passado, o grupo das sete maiores economias mundiais (G7) apelou à China para que deixe de fornecer componentes de armamento à Rússia.
"Apelamos à China para que deixe de transferir (...) componentes de armas e equipamentos que abastecem o setor da defesa russo", indicaram as potências (Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá e Japão mais a União Europeia) numa declaração final após uma cimeira que decorreu em Itália.
Também por ocasião desta cimeira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou que o homólogo chinês, Xi Jinping, lhe garantiu que Pequim não venderá armas à Rússia, um reconhecido aliado chinês.
"Tive uma conversa telefónica com o dirigente da China, que me disse que não venderia armas à Rússia. Veremos. Deu-me a sua palavra", afirmou Zelensky, à margem da cimeira do G7.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Inforpress/Lusa
Fim