Cidade Velha, 20 Jun (Inforpress) - A presidente do Instituto do Património Cultural (IPC) disse hoje esperar que as escavações “mais profundas” a decorrer na Rua da Banana possam trazer informações novas para o processo de resgate da história da Cidade Velha.

Ana Samira Baessa falava à imprensa sobre as escavações em curso numa parceria institucional existente entre o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do IPC, e várias universidades estrangeiras, nomeadamente a Universidade Nova de Lisboa.

Segundo explicou, este projecto vem na sequência de uma outra iniciativa que tinha sido desencadeada em 2018, no quadro do Projecto Concha, e que tinha como objectivo fazer uma pequena prospecção para tentar encontrar evidências de um património residencial e habitacional mais antigo na Rua da Banana.

“Na altura fez-se uma pequena prospecção e este trabalho avança agora com esta escavação mais de fundo, que coloca à vista uma estrutura que possa estar datada entre finais do século XVI e XVII. Trata-se, portanto, de uma estrutura habitacional e que acaba por ser algo inédito no contexto dos trabalhos que temos vindo a desenvolver na Cidade Velha", esclareceu.

Esta responsável lembrou que o que está mais evidente na Cidade Velha em termos de vestígios arquitetónicos são os monumentos religiosos, militares, nomeadamente, que estão mais conservados.

“Mas, depois, há um património habitacional que marca a dinâmica desta ocupação da Cidade Velha que está ainda por descobrir”, notou, salientando a vantagem destes trabalhos e a oportunidade de serem realizados num quadro de particular interesse.

Ana Samira Baessa lembrou que se celebra este ano o 15º aniversário da classificação da Cidade Velha a património mundial e todo o trabalho que se vê nestas perspectivas agrega valor a esse processo de protecção de um sítio universal "excepcional".

Por outro lado, destacou que esta iniciativa está a ocorrer também num momento de feliz coincidência, em que estão a ser realizados trabalhos no âmbito do projecto de requalificação urbana e ambiental da Cidade Velha, financiado pelo Governo de Cabo Verde, através do Banco Mundial.

“Daí que o trabalho que está sendo feito neste momento deverá ser incorporado a estes projectos, como uma perspectiva de agregar valor à história de Cidade Velha e à história particularmente deste bairro e desta rua emblemática que é a Rua Banana”, indicou.

Daí que, prometeu, o instituto vai trabalhar para proteger os factos aqui encontrados, criar condições para a sua musealização e interpretação, esperando que as investigações a serem desenvolvidas posteriormente nas universidades possam trazer novas informações para esse processo de musealização e para esse processo constante do resgate da história da Cidade Velha.

ET/CP

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