São Vicente: Delegacia de Saúde com mudanças no seguimento de grávidas e pós-parto mas falta pré-natal psicológico - psicóloga (c/áudio)

23-05-2024 15:10

Mindelo, 23 Mai (Inforpress) - A psicóloga da Delegacia de Saúde de São Vicente, Denise Lima, enalteceu hoje as mudanças nas políticas e estratégias de acompanhamento de grávidas e no pós-parto, mas considerou que ainda falta o pré-natal psicológico.

Denise Lima falava à imprensa a propósito do encontro de conscientização sobre “Saúde mental materna também é coisa de homem”, que decorreu na Delegacia de Saúde de São Vicente dirigido a grávidas, mães e respectivos acompanhantes e parceiros no âmbito da campanha mundial “Maio Furta-Cor”.

“Já reparamos que há muitas mudanças, mesmo a nível de políticas e estratégias que tem que ser implementadas. Temos o acompanhamento pré-natal que é feito pelos médicos, mas ainda não temos o pré-natal psicológico. Portanto, uma grávida é encaminhada por um psicólogo se surgir uma situação extrema, mas ainda não é feito o controlo para monitorizar o estado emocional para ajudar a mulher a vivenciar esta fase de melhor forma”, considerou.

Segundo a mesma fonte, há muitos estigmas que existem à volta da saúde mental materna, que impedem as mães de procurarem ajuda, e que devem ser combatidas para que possam sentir-se à vontade para procurar os serviços de saúde.

“A nível mundial, uma a duas mulheres em cada mil partos sofre de depressão pós-parto. Aqui nós não podemos avançar com o número, mas normalmente as estratégias que usamos podem ser intervenção psicológica e medicamentosa e apoio da família, porque uma rede de apoio é extremamente importante para ajudar uma grávida a lidar com esta situação”, afirmou.

Para Denise Lima, em alguns países a campanha de conscientização sobre saúde mental materna já foi institucionalizada e decorre em parceria com os governos, pelo que todo o mês de Maio é dedicado aos cuidados da mãe, principalmente a saúde materna. Mas, reforçou, localmente este processo tem acontecido a conta-gotas.

Outro dado, ressaltou, é que actualmente há pais a participar em consultas e a acompanhar as mães mas os efeitos só serão vistos mais tarde. No entanto, reforçou a necessidade de fazer a conscientização sobre os desafios que as mães enfrentam na gravidez e no pós-parto e principalmente chamar atenção sobre o papel do pai no apoio à saúde mental materna.

Um desafio que o pai de primeira viagem, Aricson da Luz considerou “importante” porque, frisou, além do apoio dado à mãe é uma oportunidade para que o casal possa aprender juntos.

“Antigamente era somente a mulher que fazia tudo sozinha, mas todas as informações que estamos a ter actualmente indica-nos que um pai tem que estar alinhado com a mulher para ultrapassar os desafios juntos. É importante porque o filho quando tem um pai por perto já tem um apoio muito mais completo”, afirmou.

Mesma opinião teve Carey Fonseca que, apesar de estar no 8º mês de uma gestação não planeada, mostrou-se satisfeita com o apoio que tem recebido do parceiro.

“Nós as grávidas sentimos muita ansiedade, preocupamo-nos se conseguimos dar conta da criança, principalmente eu que já tenho um filho. Mas, não posso falar de falta de apoio, porque tenho muito apoio. Não foi uma gravidez planeada, como foi a do meu primeiro filho, mas está a ser bom porque toda a família está feliz”, declarou, mostrando-se também satisfeita com as novas políticas e medidas de prevenção que a estrutura de saúde tem oferecido às grávidas e à mulher no pós-parto.

 

CD/ZS

Inforpress/Fim

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