Grupo de Apoio Orçamental vai investir 56 milhões de euros em Cabo Verde este ano
Grupo de Apoio Orçamental vai investir 56 milhões de euros em Cabo Verde este ano
Cidade da Praia, 24 Jun (Inforpress) - O Grupo de Apoio Orçamental (GAO) vai investir 56 milhões de euros em 2024 no país, um acréscimo de 25 milhões em relação a 2023, face à entrada adicional do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), revelou hoje o vice-primeiro-ministro.
Em conferência de imprensa para o balanço de mais uma missão de avaliação do GAO, que terminou hoje, Olavo Correia, também ministro da Finanças, alertou, contudo, que a “tendência futura, é cada vez menos donativos e cada vez menos ajuda pública”, face ao cenário político e as incertezas que impedem sobre o mundo e o país.
“Nós temos a obrigação no plano interno de trabalhar para mobilizarmos mais recursos endógenos”, referiu o governante, para quem torna-se imprescindível arrecadar mais impostos para “pagar mais e melhor”, alegando que os “salários não podem ser pagos com o recurso à dívida pública”.
O Governo, segundo o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, no quadro do exercício do GAO resulta uma análise muito positiva do desempenho económico e global do executivo, sobretudo no alinhamento com os parceiros em relação aos pilares fundamentais para a construção do futuro melhor para Cabo Verde.
Olavo Correia destacou “o alinhamento forte no sentido de manter o país como um referencial de estabilidade económica, macroeconómica, financeira, orçamental”, assim como na estabilidade política e social, admitindo, entretanto que “existe riscos fortes, que advém, seja do lado externo, como do lado interno”.
Apontou ainda, o governante, a necessidade de o Governo continuar a sua agenda de estruturação de reformas do sector económico, como o segundo pilar importante para poder duplicar o potencial económico da economia cabo-verdiana e a edificação de um sector privado, cada vez mais forte.
Uma agenda alinhada com a transição energética (acção climática), a transição digital e a criação de um bom ambiente de negócio e de um bom clima de investimentos foi defendida por Olavo Correia, como sendo importante para o crescimento económico, assim como a diversificação da economia cabo-verdiana.
A inclusão foi, também, programada pelo governante como um pilar “muito importante” para promover as pessoas à uma vida com dignidade, autonomia e independência, assim como uma governação marcada por instituições fortes, e capacitadas para o desafio de “vencer a velocidade à escala exigida pelas pessoas num quadro de transparência e fluidez na prestação de contas”.
Já na sua primeira avaliação de 2024, o economista sénior do BAD para Cabo Verde, Felisberto Mateus, que foi apresentado pelo Governo como o novo representante residente desta instituição financeira no país, enalteceu o crescimento económico de 5.1% (por cento) em 2023, mas alertou “para a urgência de acelerar as medidas de protecção social” para combater a pobreza.
O GAO reiterou a necessidade de se acelerar o processo da diversificação da economia, altamente dependente do turismo, de forma a torná-la mais resiliente a choques externos, e de “enfrentar o desafio de longa data dos transportes inter-ilhas”, alegando que este processo desempenha um papel crucial para o desenvolvimento do país.
SR/CP
Inforpress/Fim