São Vicente: PCA regozija-se com o facto do HBS ser o único no país a realizar cirurgias de coluna e “neutralizar evacuações” (c/áudio)
São Vicente: PCA regozija-se com o facto do HBS ser o único no país a realizar cirurgias de coluna e “neutralizar evacuações” (c/áudio)
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Mindelo, 30 Jun (Inforpress) - A presidente do conselho de administração do Hospital Baptista de Sousa (HBS) destacou hoje que o hospital é o único no país a realizar cirurgias de coluna e a “neutralizar evacuações” para este tipo de cirurgias.
Em declarações à Inforpress, Helena Rebelo Rodrigues disse que o HBS tem realizado cada vez mais cirurgias completas e de impacto. Isto, explicou, graças à preocupação de ter, com as missões médicas, a vertente treinamento-capacitação, exactamente para criar e reforçar as capacidades endógenas.
“Somos o único hospital no país a realizar esse tipo de cirurgia. Realizamos, no mês de Junho, 12 cirurgias de coluna e uma cirurgia de crânio, que, segundo o especialista neurocirurgião, Miguel Correia, que veio de Portugal, são cirurgias complexas, em qualquer parte do mundo”, aclamou.
Segundo a mesma fonte, o acompanhamento do pós-operatório é tudo feito pela equipa do Hospital Baptista de Sousa que tem visto “uma evolução boa” nos pacientes que obedecem aos “parâmetros normais de recuperação” para este tipo de cirurgia.
Segundo Helena Rebelo Rodrigues, com isso, o HBS tem “neutralizado as evacuações” para fora do país e “amenizado” os problemas financeiros para o Estado e para as próprias famílias cujo impacto pode ser a nível financeiro, psicológico e social.
“Imagine a quantidade de benefícios que estão associados aos benefícios visíveis, que são os custos de passagem, de estadia, do tempo de permanência, que são suportados pela Previdência Social. Mas existem os custos invisíveis e muitas vezes são famílias que ficam desestruturadas, desorganizadas, porque ou é o pai ou a mãe, ou são os dois, porque quando um está doente o outro acompanha e toda a família fica afectada”, argumentou.
Conforme o ortotraumatologista e coordenador do projecto de cirurgia de coluna do HBS, até 2013 o hospital fazia a transferência de cerca de 40 doentes por ano para o estrangeiro para a realização de cirurgias de coluna.
Esse número, acrescentou, foi reduzido para 12 evacuações em 2014, subiu para 14 em 2015 e 2016, reduzido para sete evacuações em 2017 e desde 2019 foi neutralizado. Ou seja, clarificou, desde 2019 até 2023 o hospital não tem feito evacuações para o estrangeiro para cirurgias de coluna porque tem tratado os casos localmente.
“Este passo constitui um avanço importante na prestação de cuidados de saúde, na redução das questões das evacuações e é uma demonstração clara da existência de capacidades e competências para a realização dessas cirurgias no país”, considerou.
Conforme o especialista, com a implementação do projeto de cirurgia de coluna nos modos actuais, o custo de uma cirurgia de coluna fica por volta de 68 mil escudos a coluna cervical e 144 a coluna lombar.
Ou seja, precisou, custa menos que uma passagem para Portugal, tendo em conta que alguns pacientes são evacuados de marca, e menos ainda do que os 4.584 contos que é o valor aproximado que custa ao Estado de Cabo Verde, manter um paciente evacuado por dois anos em Portugal para este tipo intervenção cirúrgica.
“Acho que estamos num bom caminho. Mas o bom caminho do esforço deve ser também complementado, porque são cirurgias que requerem meios, ou seja, os implantes têm os seus custos também é o nosso maior constrangimento é a sustentabilidade com o projecto. Demonstramos que é possível, mas temos carência em termos de aquisição dos implantes e muitas vezes demora”, declarou, explicando que às vezes decidem dar uma pausa ao projecto para ir atrás de parceiros para fornecer os materiais.
Através deste programa, o hospital tem feito procedimentos de neurocirurgia que é uma especialidade da medicina que trata das patologias do sistema nervoso central, seja a nível do crânio, seja a nível da coluna. Ou seja, faz intervenções nos casos de traumatismo craniano, nalguns tipos de tumores, em crianças com hidrocefalia e patologias da coluna.
Prova disso é que, exemplificou, no mês de Fevereiro e agora em Junho, com o apoio do neurocirurgião Miguel Correia, que veio de Portugal, operaram dois casos de tumores de coluna e os pacientes recuperam bem.
CD/CP
Inforpress/Fim