Jovens pedem mais valorização de Amílcar Cabral

12-09-2024 14:32

Cidade da Praia, 12 Set (Inforpress) – Alguns jovens, contactados pela Inforpress, apelaram hoje por mais valorização do legado de Amílcar Cabral, enquanto figura incontornável na luta pela libertação de Cabo Verde e Guiné-Bissau.

No âmbito da celebração do centenário do nascimento de Amílcar Cabral, assinalado hoje, a Inforpress quis saber se a juventude cabo-verdiana sabe quem foi Amílcar Cabral.

Para Albertino Alves, Amílcar Cabral foi um herói nacional e um dos responsáveis pela independência de Cabo Verde, mas disse entender que “não é valorizado”.

“Acho que na comemoração do seu centenário deveriam focar mais na cultura geral pois, acho que temos uma grande dificuldade de aprendizagem em Cabo Verde sobre quem foi Amílcar Cabral”, considerou.

Assim como é para Albertino, para Bruna Moreno, Amílcar Cabral também foi o herói de Cabo Verde.

“Para mim é como se ele fosse um rei, pois foi por causa dele que conseguimos a nossa liberdade”, afirmou realçando que se não fosse por Cabral ainda estávamos na escravatura e não tínhamos essa união com a Guiné-Bissau.

Sobre as actividades realizadas no âmbito do centenário de Amílcar Cabral, Bruna Moreno considerou que “não são importantes”, sublinhando que o que importa é ser “grato” por tudo aquilo que ele fez termos de levá-lo sempre no nosso coração.

Para José Claudino, Amílcar Cabral é uma grande figura de Cabo Verde, mas infelizmente não está a ser valorizado como devia ser.

Daniela Roque, que partilha da mesma opinião, considera que o pai da nacionalidade cabo-verdiana devia ser mais “lembrado” com actividades ao longo do ano, não apenas em datas comemorativas.

Propôs ainda que seria interessante começar a falar sobre Amílcar Cabral desde os jardins de infância para que as crianças possam aprender desde cedo sobre o “nosso herói”.

Para Daniela Roque, Cabral lutou imensamente para que os cabo-verdianos fossem um povo independente e por isso, acredita que o seu legado jamais deverá ser esquecido.

As actividades para comemorar o centenário do Amílcar Cabral acontecem durante todo o mês de Setembro em Cabo Verde, Portugal, Senegal, Angola, Estados Unidos da América, Luxemburgo, Itália, Espanha e Países Baixos.

Consta ainda da programação, uma exposição sobre “Amílcar Cabral Sempre”, a decorrer de 11 a 21 na Praça Alexandre Albuquerque, no Platô, e um concerto Amílcar, aprazado para o dia 14, no largo do memorial Amílcar Cabral, com a participação de vários artistas e com entrada gratuita.

Amílcar Cabral nasceu em Bafatá, Guiné-Bissau, a 12 de Setembro de 1924, filho do professor Juvenal Lopes Cabral (cabo-verdiano de ascendência guineense) e de Iva Pinhel Évora (nascida na ilha de Santiago, Cabo Verde).

Aos oito anos a família mudou-se para Santa Catarina, Santiago, onde fez o ensino primário.

Os estudos liceais seriam feitos no Liceu Gil Eanes, no Mindelo, São Vicente, onde passou a viver com a mãe e os irmãos, até 1943.

Em 1944, mudou-se para a cidade de Praia (Santiago) onde começou a trabalhar na Imprensa Nacional.

Em 1945, consegue uma bolsa de estudos e ingressa no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa onde, juntamente com outros estudantes africanos começou a encetar a libertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde do jugo português.

AV/HF

Inforpress/Fim

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