Cidade da Praia, 17 Set (Inforpress)-Cerca de 25 jovens da comunidade LGBTIQI+ iniciaram hoje uma formação sobre o empreendedorismo que lhes permite obter ferramentas para desenvolver actividades geradoras de rendimentos e inserirem no mercado de trabalho e do auto emprego.

Promovida pelo Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), em parceria com a Fundação Triângulo, a formação insere-se no âmbito do projecto “NU STA LI”, financiamento da Cooperação Espanhola e que tem por objectivo a promoção da empregabilidade e o desenvolvimento de competências profissionais da comunidade LGBTIQI+ em Cabo Verde.

Em declarações à imprensa, a presidente do ICIEG, Marisa Carvalho, explicou que no âmbito do projecto “NU STA LI” foi feita uma análise da comunidade e das pessoas que se identificam como integrantes e constatou-se que existem uma grande lacuna a nível da capacitação profissional e educacional.

Adiantou que em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) foi desenvolvida a formação em empreendedorismo para a comunidade LGBTIQI+ que irá contemplar 25 jovens vulneráveis e que têm dificuldades de inserção na sociedade e no desenvolvimento profissional deste grupo.

“O que nós estamos a fazer é realmente trabalhar no reforço dos indivíduos e dos activistas e de pessoas que se identificam como tal, para que possam eles, dentro da própria comunidade, fazerem também esse trabalho da sua própria promoção e também de estabelecerem aquilo que deve ser a vez e a voz da comunidade”, explicou.

A responsável assegurou, entretanto, que há a garantia do financiador de que o projecto irá continuar e o montante aumentaco, o que vai permitir fazer uma avaliação dos resultados práticos desta formação e acompanhar os formados depois da formação para prestar serviço de mentora para que possam efectivamente desenvolver um negócio verdadeiramente autónomo.

Segundo a presidente do ICIEG, esses jovens vão receber um kit para iniciarem o seu negócio, mas depois será feita uma avaliação individual de cada um.

Na ocasião, disse ainda que não dispõe de dados oficiais sobre a comunidade LGBTIQI+, mas adiantou que estão a trabalhar com o Instituto Nacional de Estatística para que possam ser introduzidos nos possíveis censos e questionários futuros.

Por seu turno, o vice-presidente da Fundação Triángulo, Raúl González assegurou que o projecto vai continuar e para o próximo o foco será as políticas públicas das pessoas LGBTIQI+.

A ideia, segundo disse, é trabalhar em conjunto com a comunidade e instituições públicas para saber quais são as suas prioridades e necessidades.

Para Raul Raúl Gonzalez é importante que essas tenham acesso à educação, à saúde e eliminar a discriminação nas escolas e lugares de trabalho.

A formação inicia hoje e termina a 13 de Novembro e terá uma carga horária de 162 horas.

AV/JMV

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