Independência/49 anos: Munícipes do Tarrafal e Santa Catarina exaltam os ganhos e defendem que os desafios são para elevar o país cada vez mais

05-07-2024 0:41

Assomada, 03 de Jul (Inforpress) – Assomada, 05 de Jul (Inforpress) – Munícipes dos concelhos de Santa Catarina e do Tarrafal dizem que os ganhos dos 49 anos da Independência de Cabo Verde são visíveis em vários domínios de desenvolvimento, mas querem ver o arquipélago num “patamar mais elevado”.

Por ocasião dos 49 anos da Independência de Cabo Verde, assinalado hoje, 5 de Julho, cabo-verdianos de diferentes gerações, residentes no Tarrafal e Santa Catarina, dois municípios da região Santiago Norte, consideram que o país e os municípios desenvolveram-se bastante, com ganhos visíveis em diferentes sectores, e que os desafios que surgem são para “empurrar” o país para um patamar cada vez mais elevado a nível do progresso.

Nelson Santos, de Santa Catarina, diz que 5 de Julho é “um marco de grande relevância” para todos os cabo-verdianos, independentemente de raça, religião ou cor política, relembrando que é o “resultado grandioso de uma luta árdua e prolongada” de libertação e emancipação dos cabo-verdianos, liderada por Amílcar Cabral. 

“49 anos de Independência significa 49 anos de grandes conquistas a nível do desenvolvimento económico e social, mas, acima de tudo um momento de reflexão para enfrentar os desafios que temos hoje em dia”, acentuou.

No quadro dos desafios, destacou a tolerância democrática, transporte inter-ilhas, questões relacionadas com a protecção do meio ambiente, justiça, segurança, agricultura mais sustentável, entre outras medidas que devem ser tomadas e que possam impactar positivamente a saúde mental e o bem-estar da população de Cabo Verde e que para isso todos têm de dar o seu contributo.

Carlos Silva, do Tarrafal, um pouco mais velho que Nelson Santos, defendeu que esta data merece uma certa reflexão, considerando que “o país de hoje não é igual ao de há 49 anos atrás”, por ser “extremamente desenvolvido”, comparando com aquilo que era em 1975, até porque diz ter idade de lembrar bem do antes, o que lha dá autoridade de fazer uma comparação.

“Hoje temos um país totalmente diferente, muito mais desenvolvido. Um país que está se afirmando e com respeito a nível internacional”, disse, realçando que quanto aos desafios, é preciso “continuar a investir nas pessoas e ver os recursos que se tem para torná-los em riqueza para o país”.

“Desafios há sempre. E este empurra o país para mais lutas, para assim os ultrapassar”, realçou, sublinhando que todo o percurso tem desafios e Cabo Verde hoje é um país que pode falar em ganhos. 

Embora não se lembre muito do antes, Aldina Santos, de Santa Catarina, diz estar em condições de elencar alguns ganhos nos mais diversos sectores.

Paulo Varela é um filho do Tarrafal, nascido no período da Independência, um período pelo qual tem o “maior respeito”, sustentando que os desafios maiores “foram vencidos”, nomeadamente a seca, o analfabetismo, ter uma população consciente e sólida, saúde, ilhas que hoje são interligadas de uma forma ou de outra, quer via tecnológica, quer via de transportes convencionais que, com suas dificuldades, é certo, mas acaba por funcionar e ligar as ilhas.

Segundo a mesma fonte, Amílcar Cabral “é a luz ideológica ou teórica” dos cabo-verdianos e deu indicações de como sustentar a Independência, onde falou de fases.

Na primeira fase, realçou que o que Cabral indicou era a necessidade de se travar a luta e chegar a 5 de Julho, que culminou no descer de uma e no subir de outra bandeira.

 Já na segunda fase, para a consolidação da Independência, avançou que era preciso se tornar autónomo e assim ser cada vez mais livre, e essa autonomia passa principalmente pela sustentabilidade agrícola.

“O grande desafio é chegar numa meta onde se consegue produzir alimentos suficientes para sustentar a população, para não se depender do exterior, porque neste momento, dependemos entre 80 a 90 por cento (%) de produtos importados, e caso surgir mais uma guerra Cabo Verde vai passar fome”, disse, relembrando que as duas fomes de 1920 e 1947 foram na sequência das guerras mundiais.  

A Jovelina Borges, uma idosa de 90 anos, residente em Santa Catarina, contou que nesses anos presenciou muita coisa e pelo que o mundo está hoje, considera que o país se desenvolveu, fruto de esforço de muita gente, pese embora acredite que “poderia estar melhor” se não fosse as diversas crises e a situação da seca.

Quanto aos desafios, destacou que neste momento “a educação em todos os sentidos tem sido o “calcanhar de Aquiles”, não só nas escolas como muitos apontam o dedo, mas primeiramente em casa, o que está colocando em risco os grandes valores”.

A idosa advertiu que caso não forem tomadas algumas medidas, agora sim, o país vai se estagnar porque “não terá pessoas capazes para tomar frente das lidas”.

MC/JMV

Inforpress/Fim 

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