União Africana alerta para vulnerabilidade dos países frágeis do continente enfrentar crises interligadas
União Africana alerta para vulnerabilidade dos países frágeis do continente enfrentar crises interligadas
Cidade da Praia, 13 Mar. (Inforpress) - A comissária da União Africana alertou hoje, em Tóquio, para a vulnerabilidade da maioria dos Estados frágeis, que fazem parte do continente, para enfrentar uma série de crises interligadas relacionadas com energia, alimentação, dívida e alterações climáticas.
Josefa Correia Sacko, manifestou esta inquietação num simpósio intitulado “A economia global e a coordenação das políticas numa época de desafios globais cada vez mais complexos”, tendo assegurada que num mundo que enfrenta crises interligadas, a fragilidade agrava outros desafios globais, incluindo as alterações climáticas, as pandemias e a insegurança alimentar.
Reconheceu que os países afectados pela fragilidade são na maioria também marcados por conflitos e violência e que se encontram numa trajectória de desenvolvimento diferente da do resto do mundo, com níveis de pobreza persistentemente elevados e um capital humano em declínio.
“A África Subsaariana já alberga cerca de metade destes países na categoria de fragilidade, conflito e violência, golpes militares, o novo conflito Israel e Palestina em Gaza e a persistente guerra entre a Rússia e a Ucrânia estão a contribuir para sufocar um melhor crescimento em todo o continente”, sublinhou.
Aquela diplomata fez saber que como consequência destes factores no início do corrente ano nove estados africanos encontram-se em situação de endividamento, outros 15 estão em risco elevado e 14 em risco moderado, incluindo neste momento a Zâmbia e o Gana que fazem parte de países em incumprimento das suas dívidas, a que se juntou recentemente a Etiópia.
Para agravar a situação em 2023, apontou, a África Subsariana foi responsável por 48% das mortes causadas pelo terrorismo a nível mundial, tendo a situação dos ataques alastrado para além dos pontos críticos históricos, como o Sahel e o corno de África, para a África austral e as regiões costeiras da África ocidental.
Na sua óptica, a comunidade internacional deve apoiar os países sob pressão, mesmo nas situações mais difíceis, especialmente em locais como o Sahel e o corno de África, onde a sobreposição de crises de segurança, humanitárias e económicas ameaça minar as instituições dos países em risco de colapso.
Correia Sacko clama por uma nova cultura de multilateralismo, por considerar que, o actual sistema nascido das circunstâncias que se seguiram à segunda Guerra Mundial, já não é adequado aos seus objectivos e que seja inclusiva, e imbuído de mecanismos integrados de responsabilização e transparência.
SR/ZS
Inforpress/Fim