Fogo: Águabrava com déficit de 19 mil contos em 2023 busca soluções para garantir sustentabilidade – administrador (c/áudio)

18-09-2024 1:44

São Filipe, 18 Set (Inforpress) – A Empresa Intermunicipal de Águas (Águabrava) registou um resultado financeiro negativo em 2023 com um déficit líquido de 19 mil contos, disse o administrador/delegado, Rui Évora.

Em entrevista à Inforpress, na sequência da reunião do conselho de administração realizada na segunda-feira, Rui Évora disse que esse resultado negativo é atribuído principalmente a um aumento de 6 por cento (%) no preço da energia e a elevados custos operacionais associados aos esforços para garantir a regularidade no abastecimento de água para agricultura e pecuária.

“Os gastos com energia representam cerca de 55% da estrutura de custo da empresa”, explicou  Rui Évora, indicando que  o resultado negativo também se deve às consideráveis perdas financeiras da empresa decorrentes da gestão da água para agricultura e pecuária  que representaram, em 2023 o valor na ordem de 40.000 contos.

A situação financeira foi agravada pela necessidade de amortização de empréstimos bancários contraídos para realização de projectos de investimentos, nomeadamente a campanha de perfuração que representaram e contribuíram para um aumento considerável do passivo corrente e não correntes da empresa

“Apesar de um aumento de 7% no activo da empresa, o passivo aumentou substancialmente, na ordem de 17 a 18%. %. Isso significa que a empresa tem funcionado de forma frágil e correndo até o risco em não se encontrar soluções para minimizar as perdas financeiras decorrentes da gestão da água de rega e pecuária, e comprometer a sustentabilidade económica da empresa”, advogou.

Como resposta, a empresa e o conselho da administração têm intensificado esforços junto do governo para encontrar soluções e medidas para minimizar as consideráveis perdas registadas e relacionadas com a gestão de água de rega.

A administração da Águabrava propôs várias medidas e soluções que não passam apenas pela compensação financeira, mas também apoio no desenvolvimento de algumas actividades e intervenções para minimizar a situação.

Além de compensação financeira para cobrir as perdas e suportar a operação da empresa, o administrador/delegado elencou outras medidas como reforço da utilização da energia fotovoltaica nos processos de produção e elevação de água e possivelmente a combinação com energia eólica para reduzir custos energéticos.

Isenção do pagamento da taxa de exploração de água, actualmente registada como uma dívida de 10 a 12 mil contos nas contas da empresa, apoio na expansão da campanha de perfuração para mobilização de águas subterrâneas, especialmente na Ilha do Fogo, para o reforço da disponibilidade de água e aumentar a captação de água subterrânea em condições financeiras mais vantajosas.

A adopção de uma tarifa de energia de rede específica para as ilhas do Fogo e Brava, tendo em vista as condições especiais e diferenciadas de captação e exploração de água nessas ilhas.

Rui Évora lembrou que nas ilhas do Fogo e Brava, a captação de águas subterrâneas é feita através de poços profundos, com profundidades que variam de 100 a 300 metros, e a elevação da água é realizada a uma cota de 1.200 metros, o que contribui para custos elevados e complexidade na gestão.

O conselho de administração da Águabrava espera que o governo considere essas propostas e tome medidas concretas para apoiar a empresa e garantir a continuidade da gestão eficaz das águas nas ilhas do Fogo e Brava.

A empresa aguarda uma resposta do governo e a implementação de soluções que possam assegurar a estabilidade financeira e operacional no futuro próximo, assim como continuar a assegurar a gestão das águas nas Ilhas do Fogo e Brava.

JR/JMV

Inforpress/Fim

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