Professora com largos anos de experiência apela colegas a persistirem na luta para alcançarem suas aspirações (c/áudio)

19-09-2024 14:33

Cidade da Praia, 19 Set (Inforpress) - Lorena Gomes, uma das professoras mais antigas da Escola Pedro Gomes, Achada Santo António, na Praia, apelou hoje aos colegas docentes a abraçarem a causa, e a não desistirem da luta para alcançarem os seus direitos e aspirações.

Lorena Gomes fez este apelo em decorrência da greve levada a cabo pelos professores a nível nacional, em que pelo menos na Escola Pedro Gomes, onde trabalha há mais de vinte anos, houve pouca adesão por medo de represálias, conforme enfatizou.

Enquanto porta-voz dos professores daquele agrupamento escolar, a docente lamenta a fraca adesão dos colegas, que inicialmente, conforme explicou, posicionaram-se fora da escola, mas depois desistiram, tendo entrado para a sala de professores e dado aulas.

“A adesão é bem fraquinha. Fico um pouco triste com isso. Nota-se alguma desmotivação e cansaço, também medo de represálias, como processos disciplinares, descontos no salário por conta dos dias de greve… muita coisa aconteceu aquando da primeira greve, motivada pela insistência radical do Governo”, criticou.

“Neste caso, o senhor primeiro-ministro que em certos momentos usa vocabulário inadequado e inaceitável à nossa linha de acção. Também a senhora da Direcção-geral do Trabalho que não tem a mínima ideia daquilo que é a vida do professor”, exteriorizou.

Por conta de sua longevidade, a docente disse que a arte de ser professor e ensinar é “muito importante”, pelo que a classe deve ser valorizada porque do seu trabalho surgem outros profissionais.

Por outro lado, analisando que os anos se passaram, os problemas e desafios para o magistério persistem, Lorena Gomes volta a apelar aos colegas a não entregar a guarda, antes batalharem com “todas as forças”.

“Olhando para o contexto, os professores vão se desmotivando e a desacreditar que poderá haver alguma mudança. No agrupamento 3 da Praia, com sede na Escola Secundária Pedro Gomes, que compreende outras escolas do ensino básico, nomeadamente Eugénio Tavares, Nova Assembleia… nestas houve maior adesão. Aqui no Pedro Gomes, é esperar como vai ser no período da tarde”, comentou a docente.

Tendo em conta que a greve está agendada para dois dias, Lorena Gomes acredita que os professores poderão repensar e aderirem à causa sem desânimo ou receio de represália.

“Espero que os professores acordem, analisem o peso daquilo que é a luta da classe. Não terem medo nem receio de se posicionarem para reivindicar os seus direitos. A luta vai continuar e devemos estar sempre juntos porque juntos somos mais fortes”, instigou.

Quanto se esta greve poderá afectar os alunos do 12º ano, particularmente, a mesma fonte disse que não, já que se está na denominada “semana cívica”, não se começou a dar matérias e boa parte dos alunos ainda não chegou à escola.

A greve dos professores iniciada hoje às 07:00 deverá terminar às 18:00 de sexta-feira, 20.

Em causa, segundo os sindicatos, o não cumprimento e incumprimentos dos compromissos assumidos sobre a resolução das pendências, publicação e pagamentos dos subsídios pela não redução da carga horária, a não disponibilidade de negociação para a revisão do estatuto da carreira do pessoal docente, depois do veto presidencial da proposta do decreto-lei que aprova o Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) para a classe docente.

SC/ZS

Inforpress/Fim

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