Patrulhas ambientais em Santa Cruz protegem mais de 300 ninhos de tartarugas marinhas

25-09-2024 0:48

Pedra Badejo, 25 Set (Inforpress) – O presidente da Associação Ambiental Caretta Caretta anunciou hoje que as patrulhas realizadas nas quatro praias de Santa Cruz resultaram na protecção de mais de 300 ninhos de tartarugas marinhas.

Em declarações à Inforpress João Mendes explicou que esses ninhos se encontram localizados nas praias de Areia Grande, Achada Baleia, Praia Baixo e praia do Mangui.

Apesar do sucesso na preservação, o responsável avançou que a associação enfrenta grandes desafios, apontando a “extração ilegal” de areia na Praia dos Amores, uma praia situada na fronteira de Santa Cruz e Calheta de São Miguel e a caça de tartarugas, que já causou a destruição de ninhos e a morte de alguns animais.

João Mendes considerou a época como “positiva”, mas alertou para os vários desafios que a associação enfrenta no terreno, entre os principais obstáculos está a extração ilegal de areia na Praia dos Amores, uma área protegida onde ocorreram actividades ilegais que colocam em risco o ecossistema local.

De acordo com Mendes, toneladas de areia foram retiradas dessa praia e transportadas para outra área sem desova de tartarugas e como consequência, diversos ninhos foram destruídos, e a degradação da praia compromete a sua recuperação natural a curto prazo.

A Praia dos Amores, conforme ressaltou, está protegida por um Decreto-Lei que visa garantir a preservação dos habitats das espécies, mas a aplicação da legislação tem-se revelado “insuficiente”.

O ambientalista sublinhou a necessidade de uma acção colaborativa entre a população, o poder local e o poder central, apelando às autoridades competentes para intervirem rapidamente.

“A falta de colaboração da sociedade é uma questão central, dificultando os esforços de conservação, especialmente nas praias de Areia Grande e Achada Baleia, onde foram registados casos de caça ilegal de tartarugas”, disse, avançando que na praia de Areia Grande, a associação conseguiu resgatar algumas tartarugas capturadas, embora duas tenham morrido.

Neste sentido, sublinhou que a associação tem trabalhado em conjunto com as autoridades locais, mas que as dificuldades permanecem, especialmente em áreas mais isoladas e de difícil acesso.

“A Caretta Caretta continua a sensibilizar a população para a importância de proteger as tartarugas marinhas e os seus habitats”, afirmou este dirigente, apelando à comunidade para se juntar à causa da associação.

João Mendes reforçou que a preservação do ambiente “é uma responsabilidade de todos, essencial para que as futuras gerações possam conhecer e proteger as espécies ameaçadas”.

A associação defende que sem o envolvimento de todos, será difícil combater as práticas ilegais que afectam as praias e os habitats naturais.

“A proteção da biodiversidade, e em especial das tartarugas marinhas, depende de um esforço colectivo que garanta a sobrevivência das espécies e a recuperação dos ecossistemas degradados”, vincou.

Cabo Verde possui um conjunto de leis e regulamentos voltados para a preservação ambiental e a protecção das espécies ameaçadas, como as tartarugas marinhas. Entre as normas, destaca-se o Decreto-Lei n.º 7/2002, que regula a proteção das zonas costeiras e habitats de espécies em risco, estabelecendo áreas protegidas onde a actividade humana é limitada.

Além disso, a Lei de Proteção das Tartarugas Marinhas, implementada em 2018, criminaliza a captura, apanha e comercialização de tartarugas e seus ovos, com penalizações severas para os infractores.

MC/JMV

Inforpress/Fim 

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