São Vicente: Técnicos internacionais querem pescadores “melhores formados” para manuseio de espécies capturadas acidentalmente

11-03-2024 19:06

Mindelo, 11 Mar (Inforpress) – Técnicos da BirdLife Internacional que se encontram, no Mindelo, pretendem formar pescadores artesanais cabo-verdianos para “melhor manuseio” de espécies marinhas como aves a tartarugas alvo de capturas acidentais.

A informação foi avançada hoje à imprensa pelo director da Pesca Sustentável e Redução das capturas acessórias da BirdLife International, Ahmed Diame, que se encontra, no Mindelo, para participar na reunião do Comité de Pilotagem internacional, tendo como foco “Conservação das Aves Marinhas na África Ocidental 2022-2025" e "Capacitar as comunidades de Cabo Verde para práticas responsáveis na pesca artesanal".

Conforme a mesma fonte, a formação que acontece na quinta-feira, 14, à margem do encontro, pretende assim dotar os pescadores de ferramentas e técnicas para manusear estas espécies com segurança quando são capturadas acidentalmente, e ainda em métodos para se evitar mesmo essas capturas.

“Isto é muito importante porque muitas vezes quando são capturadas espécies como aves ou tartarugas, os pescadores não entendem. Eles podem realizar ações que podem ser fatais para a espécie”, justificou, reiterando o protagonismo deste público-alvo, visto serem eles que trabalham directamente ligado ao mar.

Também inserido neste mesmo programa, asseverou Ahmed Diame, vão ser formados técnicos de instituições parceiras, entre estas a Biosfera Cabo Verde, para darem continuidade aos ensinamentos.

“É importante porque nem sempre estaremos aqui. Portanto, estas pessoas devem ser capazes de proporcionar a mesma formação no futuro a mais pescadores a nível nacional”, esclareceu.

As acções formativas também se estendem a gestores e técnicos do Ministério do Mar e do Ministério Ambiente, que devem servir de agentes para sensibilizar os colegas e funcionários de outros ministérios sobre as questões ligadas a pesca acidental de aves e tartarugas marinhas.

Por seu lado, a coordenadora Marinha para África da BirdLife Internacional, Tabea Zwinpfer, acredita que o trabalho feito com os pescadores deverá servir para terem “dados mais fiáveis” sobre as capturas acessórias a nível mundial.

“É importante trabalharmos com parceiros, mas mais importante é trabalhar com a população para que também possam beneficiar das nossas actividades e garantir que as actividades que gerimos também são boas, também beneficiam as populações locais”, argumentou Tabea Zwinpfer. 

Quanto à reunião em si, segundo a mesma fonte, tem por objectivo analisar com os parceiros de Cabo Verde e outros internacionais o projecto

“Empoderamento das Comunidades em Cabo Verde para práticas de pesca responsáveis”, que está no último ano de vigência.

A reunião do Mindelo é organizada pela Birdlife Africa, em parceria com as ONG ambientalistas Biosfera, Projecto Biodiversidade, Projecto Vito, Bios.CV e Lantuna, entidades governamentais como a Direcção Nacional do Ambiente (DNA) e a Direcção Nacional de Pesca e Aquacultura (DNPA).

Conta ainda com parceiros como a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e da Universidade de Oxford, Instituto do Mar (IMar), Inspecção Geral das Pescas (IGP), Delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente em São Vicente, Guardiões do Mar (GdM), Instituto de Gestão da Qualidade e da Propriedade Intelectual (IGQPI), Fundação Maio Biodiversidade (FMB), TAOLA+, consultores da Universidade de Barcelona e Coimbra, e da empresa Wildlife Management International Lda.

LN/JMV
Inforpress/Fim
 

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