São Vicente: Boa parte dos consumidores conhece seus direitos mas é preciso mais pedagogia - Adeco (c/áudio)

15-03-2024 10:01

Mindelo, 15 Mar (Inforpress) - O membro da direcção da Adeco Nelson Faria disse hoje que boa parte dos consumidores em Cabo Verde conhece os seus direitos, mas é necessária mais pedagogia porque sempre há novos consumidores que precisam de esclarecimentos e actualização.

Nelson Faria falava em entrevista à Inforpress, a propósito do Dia Mundial do Consumidor que se celebra hoje, 15 de Março.

“Pretendemos fortalecer esses programas de intervenção, quer de proximidade física e de acções directas com o público, quer também de acções via meios de comunicação que temos disponíveis, nomeadamente rádio, televisão, jornais, redes sociais, porque também são um veículo de comunicação hoje com grande alcance. Nós pretendemos utilizar todas essas esferas para continuar a comunicar”, explicou, considerando, no entanto, que muito da pedagogia que fazem, para ser absorvida e assimilada, carece necessariamente do interesse dos consumidores.

Neste particular, Nelson Faria lembrou que além de defender os direitos dos consumidores, a Adeco tem apelado também à consciência dos deveres por parte dos consumidores, nomeadamente no dever de informar-se e de procurar a informação adequada.

“Os consumidores também devem ter a consciência de que muitos dos seus direitos dependem dos deveres de interesse, de informação, de colaboração, sobretudo também de deveres relacionados à ética, ao respeito da solução dos compromissos, nomeadamente com satisfação dos seus próprios interesses”, observou, lamentando que “existe um público que gosta de fazer críticas muitas vezes nas redes sociais, mas que pouco se digna em reclamar formalmente”.

Segundo Nelson Faria, a Associação para Defesa do Consumidor tem feito uma campanha para sensibilizar o público de que, além de fazer a reclamação por outras vias, a melhor via, com o objetivo de resolver o problema, é formalizar essa reclamação.

“A nível de números em 2023, registamos 42 reclamações contra 29 organizações, algumas são empresas privadas, outras são organizações públicas. Mas eu vejo as reclamações numa perspectiva de apoio também aos próprios serviços e bens para melhorar”, adiantou a mesma fonte para quem este ano teve menos 30 reclamações comparativamente a 2022.

“A formalização das reclamações reduziu. Não quer dizer que não haja outras organizações ou que não haveriam muito mais reclamações”, argumentou Nelson Faria, indicando que a Electra é instituição de quem os consumidores mais reclamam, mas ressalvou que a empresa tem acolhido as reclamações que são colocadas e actuado no sentido de as resolver.

A segunda entidade, acrescentou, é o Hospital Baptista de Sousa e o terceiro lugar é ocupado pelo grupo Kym Negoce e pela Cabo Verde Airlines.

Por causa disso, adiantou o dirigente, a Adeco incitou uma série de encontros com as instituições, dos quais a administração do Hospital Batista de Sousa, em São Vicente, e a Associação dos Empresários Chineses em Cabo Verde, com o objectivo de aumentar a colaboração entre elas e procurar soluções para os problemas apresentados pelos utentes.

“O nosso objectivo, como já disse, é mediar o ambiente de consumo e torná-lo propício ao melhor consumo de bens e serviços. Se por um lado fazemos a defesa dos direitos do consumidor, por outro, também temos de contactar as associações, as empresas, as organizações que fornecem esses bens e serviços, para garantir que também estão nessa disposição de defesa e de salvaguarda dos direitos e interesses dos consumidores”, adiantou.

Segunda a mesma fonte, ter esse ambiente de consumo e todos os intervenientes claros sobre os seus papéis, lúcidos, informados, possibilitará o um ambiente de consumo saudável, que beneficie o consumidor e que incremente a qualidade dos bens e serviços oferecidos.

 

CD/CP

Inforpress/Fim

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