Protecção da criança: Desafio situa-se a nível da aplicação das medidas em vigor - procuradores da CPLP

23-05-2024 20:36

Santa Maria, 23 Mai (Inforpress) - Os procuradores da CPLP destacaram hoje, no Sal, que existe um leque de medidas em vigor e uma legislação abrangente no que toca à protecção das crianças, mas o desafio situa-se a nível da sua aplicação.

Estas são considerações saídas dos dois primeiros painéis apresentados na conferência O Ministério Público e o sistema de protecção da criança no espaço da CPLP, que durante dois dias, reúne, na ilha do Sal, representantes do Ministério Público, especialistas em direito da criança e profissionais da área jurídica dos países da Comunidade.

Conforme a procuradora da República do Gabinete da Família, da Criança e do Jovem, de Portugal, Maria João Duarte, que debruçou sob o tema “Medidas de Proteção de Crianças e o âmbito da respectiva aplicação”, esse cumprimento das medidas deve ser feito de forma centrada na criança e no seu superior interesse.

Temos já um leque de medidas que estão em vigor, mas o grande desafio passa pela efectiva aplicação, que deve ser feita, cada vez mais, de uma forma criativa, tendo exactamente como fim último a protecção das crianças, recorrendo a todos os instrumentos que estejam disponíveis para promover os direitos das crianças”, explicou.

A magistrada destacou a importância do trabalho em rede, principalmente quando se fala de crianças e adolescentes que envolve diversas entidades, por isso sublinhou a necessidade de “uma excelente articulação entre estas entidades para uma actuação de sucesso”.

Quanto à protecção dos menores no domínio da Internet, a procuradora Maria João Duarte lembrou que já existem medidas que permitem uma protecção suficiente, mas que ainda o “caminho é longo”, passando por dotar as famílias de conhecimentos necessários para actuar a nível da prevenção.

Já para a procuradora da República e presidente do Conselho para Adoção Internacional de Cabo Verde, Dulcelina Lubrano, o país encontra-se dotado dos principais instrumentos jurídicos internacionais, tanto a nível da protecção da infância como em matéria da adoção internacional.

Lembrou também que Cabo Verde se encontra vinculado à convenção de Haia de 1993, que “visa proteger as crianças e respectivas famílias contra os riscos de uma adoção ilegal, irregular, prematura ou mal preparada, a nível internacional”.

Durante a apresentação do painel “A adoção internacional”, Dulcelina Lubrano sublinhou que é importante que as famílias saibam que são as primeiras entidades responsáveis pela protecção das crianças, mesmo que o Estado tenha competências específicas em matéria de protecção de crianças.

O papel primordial da proteção das crianças cabe às famílias e aos pais em primeira linha, mas ao incumprirem as suas responsabilidades parentais, obviamente que todo trabalho das autoridades é feito com foco no superior interesse da criança”, justificou.

Para concluir, a mesma explicou que o sistema funciona não só durante o processo de adoção, mas também existe um processo referente ao período de pós adoção para acompanhamento e monitoramento de toda a situação de integração da criança em casos de adoção.

A conferencia decorre até sexta-feira com vários painéis que abordam temas como “Os desafios actuais do Ministério Público em matéria de protecção das crianças”, “Medidas de protecção de crianças”, “Combate ao trabalho infantil e outras formas de exploração laboral”, “Protecção dos direitos das crianças enquanto intervenientes em processos judiciais cíveis e criminais”, “Justiça juvenil e a garantia das crianças em conflito com a lei”.

NA/CP

Inforpress/Fim

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