Portugal/Dia de África: Secretário-geral da UCCLA realça necessidade do reforço da autossustentabilidade dos países

25-05-2024 1:57

Lisboa, 25 Mai (Inforpress) – O secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Vítor Ramalho, realçou a necessidade do reforço da autossustentabilidade dos países africanos, eliminando a “crescente” interdependência e articulação dos mesmos nesta era da globalização.

A chamada de atenção foi feita na saudação do secretário-Geral da UCCLA ao Dia da África, assinalado hoje, 25 de Maio, que refutou a aceitação de regimes autocráticos, afirmando que admitir que o futuro do continente africano está na “aceitação resignada” de concepções políticas autocráticas “é uma mistificação”.

“Os líderes africanos devem assumir responsabilidades que atendam à realidade de forma consensualmente participativa (…). A preservação do ambiente e a luta contra a pobreza devem conduzir à priorização da autossustentabilidade dos países africanos, com atenção redobrada ao sector primário da economia", enfatizou Ramalho sobre os novos desafios da sustentabilidade.

Neste ano, que também marca o 500º aniversário do nascimento de Luís de Camões, Vítor Ramalho citou o poeta português de que “todo o mundo é feito de mudança", ressaltando que "hoje são outros, mas não menos relevantes, os desafios que também África tem pela frente".

"A pandemia confrontou o mundo com graves restrições de mobilidade e uma ausência inicial de vacinas, revelando a vulnerabilidade do continente africano na obtenção de vacinas em quantidade necessária, agravando significativamente o desemprego e as desigualdades", lembrou o secretário-geral da pandemia de 2020 e seus impactos.

Além disso, esse responsável mencionou a guerra na Ucrânia e seus efeitos, realçando que a “tensão entre Rússia e Ucrânia, que levou ao início da guerra de agressão à Ucrânia, exacerbou a subida dos preços dos bens alimentares essenciais, com efeitos devastadores em África".

Por outro lado, ele lembrou sobre os desafios políticos e sociais, sustentando que a fome, a instabilidade política e os golpes de Estado no Sahel foram condenados firmemente pela União Africana e pela comunidade internacional.

“A democracia não deve ser vista apenas como um sistema de votação, mas como um processo que deve se adaptar às especificidades culturais, sociológicas e económicas de cada país (…). Mandela concebeu uma fase de transição do Apartheid para um governo de maioria na África do Sul, salvaguardando os equilíbrios necessários. A transição pacífica teve em atenção a especificidade própria do país”, referiu.

Vítor Ramalho destacou as transformações globais e a continuidade das celebrações, apesar das “profundas alterações” verificadas à escala planetária, mas que o Dia de África continua a ser evocado com inúmeras iniciativas.

O Dia de África, celebrado a 25 de Maio, foi instituído pela Organização de Unidade Africana (OUA) em 1963, actualmente conhecida como União Africana, uma data marcada pela criação da OUA em Adis Abeba, capital da Etiópia.

“É uma oportunidade para a UCCLA saudar o continente africano, seus povos e países, e, em especial, os munícipes das cidades africanas de língua portuguesa associadas à nossa organização”, considerou.

O secretário-geral da UCCLA relembrou que "quando o Dia de África foi instituído, o mundo era bipolar, dominado pela influência hegemónica das superpotências EUA e ex-URSS. Este contexto marcou profundamente o continente africano, cujas consequências são visíveis até hoje".

"África é um continente de futuro e com futuro. Os desafios devem ser enfrentados com uma estratégia de longo prazo, sabendo que as respostas não são alcançáveis a curto prazo. Com os olhos postos no futuro, saudamos o continente africano com esperança no Dia de África" concluiu o secretário-geral da UCCLA, com uma visão otimista.

DR/JMV
Inforpress/Fim
 

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