Ministro destaca potencial do Carnaval da Praia, mas defende uma “maior aposta” do poder local  

09-02-2024 7:57

Cidade da Praia, 08 Fev (Inforpress) – O ministro da Cultura e das Indústrias Críticas destacou durante a visita aos grupos carnavalescos da capital cabo-verdiana o “grande potencial”, sobretudo em recursos humanos, mas pediu uma “maior aposta” por parte do poder local.

Na noite de quinta-feira, 07, Abraão Vicente visitou os cinco grupos oficiais do Carnaval deste ano na capital cabo-verdiana - Deusa do Amor Sem Fronteiras, Seguindo Vindos de África, Vindos do Mar, Bloco Afro Abel Djassi e Samba Jó - os quais prometem “surpreender” os praienses.

O Governo, através do Ministério da Cultura, no total, financiou os grupos com cerca de 1.700 contos, um montante considerado “desproporcional” pelos grupos da Praia em comparação com as verbas disponibilizadas aos grupos de São Vicente e São Nicolau, pelo solicitaram ao Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas a equiparação da verba.

“A lógica da governação é que há um Carnaval que é produto para exportação. O que eu digo é a cidade da Praia tem uma grande avenida, é o capital económico e financeiro do País, há possibilidade de crescimento, agora é preciso fazer aqui um trabalho de diálogo em que quem é o organizador do Carnaval é a câmara municipal não é o Governo, aliás vi um post da Câmara a reclamar que quem organiza o Carnaval é a Câmara, então deve fazer melhor”, frisou o ministro.

Abraão Vicente acrescentou ainda que é possível haver um aumento desta verba por parte do Governo.

No entanto, vincou, tem que haver um planeamento adequado, e a Câmara Municipal da Praia, enquanto principal organizador, deve responder à medida das expectativas dos grupos, para que o Governo, que é cofinanciador, possa também corresponder, sublinhando que só assim os grupos terão melhores condições.

A ideia, segundo Abraão Vicente, consiste em apoiar as câmaras municipais que desejam financiar e promover o Carnaval para que realizem um trabalho ainda “mais esplendoroso”.

A título de exemplo, citou que a Câmara Municipal de São Vicente disponibiliza entre 12 a 14 mil contos para a festa do Entrudo na ilha, enquanto que o valor que as demais autarquias disponibilizam é “significativamente abaixo”.

“Os grupos em São Vicente são financiados por empresas e grupos privados, não ainda na escala que deveriam financiar, e eu espero que na cidade da Praia, capital económica e financeira do País, nos próximos anos, as empresas se sintam sensibilizadas para serem apoiantes e suportes dos grupos de Carnaval”, exortou.

“Vejo na cidade da Praia um grande um potencial de recursos humanos, um grande potencial de crescimento do Carnaval, mas é preciso que de facto haja uma aposta local, que se compreenda que o Carnaval pode ser uma actividade comunitária desenvolvida ao longo do ano para crescer e criar os laços comunitário”, acrescentou o governante, perspectivando “bons sinais” para o futuro do Carnaval da capital.

O ministro chamou atenção também para se evitar comparações, pois, como comentou, são estruturas mentais distintas entre ilhas, a forma que cada ilha encara o carnaval é diferente, enfatizando que em São Vicente e São Nicolau o Carnaval é também cofinanciado pelos que desfilam.

Enquanto na cidade da Praia, esclareceu Abraão Vicente, os grupos, em vez de investirem a maior parte das verbas nos carros alegóricos e nos adornos exuberantes, direcionam recursos para financiar as fantasias dos menos favorecidos, daí esta comparação “ser injusta”.

TC/AA

Inforpress/Fim

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