Boa Vista: Pacientes contestam demoras nas marcações de teleconsultas e processos de transferência

15-03-2024 8:55

Sal Rei, 15 Mar (Inforpress) – Pacientes da Boa Vista contestam a demora nas marcações de teleconsultas, bem como as pendências das transferências de doentes da ilha para a cidade da Praia ou para o estrangeiro.

A Inforpress foi contactada por cidadãos que expuseram casos pessoais de demora e espera de marcações de teleconsultas e processos de transferências de doentes da ilha para a cidade da Praia ou para o estrangeiro.

Segundo dizem já foram informados de que a lista de “grande quantidade” de pendências que se verificam na é devido a ausência de funcionário dos serviços de assuntos sociais.

Odelide da Costa falou sobre o caso da sua filha que padece de um problema no coração e aguarda há mais de um ano à espera de ser transferida para Portugal, mas antes disso terá de ser enviada primeiro da ilha da Boa Vista para a cidade da Praia, para efeito de junta de saúde. 

Enquanto isso, conforme a mesma, a filha vem agravando o estado de saúde, considerou Odelide da Costa.

A mesma fonte explicou que a filha já fez todas análises e exames, tem o relatório médico e com os referidos documentos foi marcada uma teleconsulta com um médico na cidade da Praia, realizada em conjunto com outra médica na ilha da Boa Vista, que assinalou o seu documento como “prioritário”.

“Tentei entrar em contato com o médico da cidade da Praia para lhe falar sobre o caso da minha filha. Uma semana depois passei pela secretaria da Delegacia de Saúde da Boa Vista e perguntei se tinham enviado o documento para a cidade da Praia”, disse.

Conforme a mesma, a informação que recebeu é que os documentos ainda não haviam sido enviados por causa da ausência da assistente social e por causa disso havia muitas pendências, tanto de teleconsultas como de despacho de processos de consultas e transferências para a cidade da Praia.

Odeline da Costa informou ainda que entrou em contato igualmente e diretamente com o delegado de Saúde para lhe informar sobre a sua situação de pendência e do estado de saúde da filha.

“Perante o caso da minha filha, bem como outros casos, porque com saúde não se brinca, não se deve ficar com os braços cruzados”, alegou, justificando que decidiu relatar o seu caso à comunicação social para que as instituições governamentais, como o Ministério de Saúde, fiquem a saber o que se passa na delegacia de Saúde neste capítulo.

A mesma questionou que se caso uma pessoa estiver com um caso urgente de problemas de saúde, ou em situação severa, se terá de depender dos serviços e trabalho de um funcionário que se encontre ausente para que possa ser transferido para outra ilha.

Um outro caso é de Samir Augusto que contou estar igualmente à espera de uma transferência médica, mas que depende antes disso da marcação de uma teleconsulta que aguarda desde o dia 8 de Novembro.

Samir Augusto, que tem três quistos no corpo, garantiu que já tem todos os seus exames, análises no hospital da ilha da Boa Vista para que, analisem o seu caso para uma possível transferência para a cidade da Praia.

Este paciente também já se dirigiu algumas vezes à secretaria do hospital da Boa Vista a fim de saber do andamento do seu processo, tendo em conta que já têm as análises e os seus exames prontos, e foi informado de que a assistente social se encontra ausente, e que a mesma poderá regressar no mês de Março.

“Enquanto isso estou sempre à espera por esta transferência, com um problema de saúde que já me preocupa, que me afecta a autoestima”, disse, questionando também se não existe alguém que poderá substituir a pessoa dos serviços sociais enquanto pelos menos enquanto estiver ausente.   

Crisolita Pina, mãe de uma menina de 16 anos, narrou, por seu lado, que a sua filha que tem uma hérnia umbilical e aguarda igualmente desde o mês de Dezembro por uma transferência para ser operada na cidade da Praia.

“Já fizemos uma teleconsulta, através da cidade da Praia, para que analisem o seu estado de saúde e decisão sobre a transferência médica, enquanto isso já lhe deram um documento que é aquele que o assistente social terá de enviar para a Praia, mas aguardamos por uma nova teleconsulta”, concretizou a mesma fonte.

Crisolita Pina declarou ainda que tem conhecimento de outras pessoas que estão ainda à espera, sendo de opinião que nestes casos de saúde devia haver um substituto para que os utentes não aguardassem por muito tempo por “uma pessoa importante”, pelas funções que desempenha na área de Saúde.

VD/AA

Inforpress/Fim

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