​​​​​​​Casos de suicídio acontecem quando a pessoa apresenta intolerância às próprias dores - especialista

16-02-2024 12:28

Cidade da Praia, 16 Fev (Inforpress) – A psicóloga Kika Freire explicou hoje que casos de suicídio acontecem quando a pessoa apresenta intolerância às próprias dores e não vê mudança na situação, alertando que nos doentes mentais o “pulo” para ao acto fica mais próximo.

Em declarações à imprensa durante uma mesa redonda, organizada pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), com o tema “Suicídio: vamos conversar”, a especialista esclareceu que supostos casos de acidentes podem carregar raízes de suicídio.

“Precisamos resgatar este estar junto, ouvir o outro, a possibilidade de o outro sentir em nós esse espaço de escuta, esse espaço de fala das suas dores, que possamos ser uma rede de apoio às pessoas” reflectiu, acentuando que a Psicologia pode abrir este espaço para que a morte não precisa ser concretizada.

Segundo a especialista, a tolerância às próprias dores e o sentido de não ver pespectiva de mudança em alguma situação que causa dor e angústia pode ser a causa de suicídio, afirmando que em casos de transtorno mental doentes mentais este “pulo” para o acto fica ainda mais próximo, visto que o suicida “perde o filtro social”.

“Em relação às pessoas que têm algum transtorno mental, principalmente transtorno depressivo, as psicoses que são quando os sintomas de ouvir vozes e muitas vezes as vozes dão esse comando, ela intolerância ao que está acontecendo aqui dentro”, descreveu.

A directora da área de Reabilitação Psicossocial e Reinserção Social, Suely Carvalho, considerou que o uso abusivo das redes sociais e o não controlo do que as crianças e os adolescentes estão a absorver online, pode ser uma causas de suicídio.

Conforme referiu Suely Carvalho, o recente estudo emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que morte intencional é a segunda causa de morte entre os jovens dos 15 aos 29 anos e que uma em cada quatro pessoas sofre de problemas mentais durante a vida e enfrenta situações de estigma e perda de esperança.

Em Cabo Verde, avançou, acontecem em média 50 casos por ano, um por semana, com maior incidência nas ilhas do Fogo e Santiago.

“O uso abusivo da tela não só redes sociais também provoca esse tipo de estresse, e já foi colocado no segundo congresso promovido pelo Centro de Atendimento Psicológico - CAP Jacob Vicente, que há necessidade urgente de serem colocadas limitações” observou, aconselhando os pais a estarem atentos aos sinais como mudanças de vestuário e isolamentos.

Para a responsável, os pais devem orientar os filhos e “não deixar ultrapassar” o tempo a frente dos eletrónicos, exemplificando que do zero aos dois anos, o bebé não pode estar a frente de qualquer tipo de tela, e as crianças de até cinco anos “uma hora a frente do ecrã é suficiente”.

LT/AA

Inforpress/Fim

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