“A cooperação brasileira foi fundamental para as bases da reforma da administração pública cabo-verdiana” -chefe de Estado

03-04-2024 20:45

Cidade da Praia, 03 Abr. (Inforpress) - O Presidente da República considerou hoje que a cooperação brasileira foi fundamental no lançamento das bases da reforma da administração pública cabo-verdiana e que o arquipélago deve manter  uma relação de “parceria” e não de “doação”.

José Maria Neves fez esta constatação na Universidade de Cabo Verde, onde proferiu uma conferência sobre “O legado da cooperação bilateral Brasil-Cabo Verde”, no âmbito de uma mesa redonda e no quadro  da III edição do Programa “Caminhos Americanos: Programa de Intercâmbio Sul-Sul”, firmado entre o governo brasileiro e a Universidade de Cabo Verde.

O chefe de Estado, antigo bolseiro do Programa de Estudante Convénio de Graduação, entre 1982 e 1986, referiu que entre dois os Estados há possibilidade de se estabelecer programas com ganhos mútuos e que relativamente ao Brasil e Cabo Verde há áreas onde podem ser aprofundadas as relacções de amizade e cooperação com ganhos para os dois países.

A nível do ensino superior, apontou, Cabo Verde pode desenvolver cursos de medicina extensivos a estudantes brasileiros, a um curso muito inferior e com um nível de qualidade muito elevado, cooperar na área da economia azul, segurança, investigação, indústria (desde a produção da água às indústrias farmacêuticas).

Elegeu ainda a cooperação nas áreas de agropecuária, bem como na empresarização do sector agrícola e indústrias alimentares, telescola , telemedicina e inteligência artificial, sublinhando  que “é possível sempre que Cabo Verde e Brasil cooperem numa perspectiva não de recepto, de ajuda, de doador, mas numa perspectiva sempre de parcerias com ganhos mútuos”.

“Esta é que deve ser a divisa futura de Cabo Verde. Ganharemos com certeza e o Brasil também ganhará”, prognosticou o mais alto magistrado da Nação, para quem o legado desta cooperação bilateral é extraordinário, marcado por “muitos ganhos no domínio da reforma da administração pública”.

Nesta linha, afiançou que no final da década de 80 e início da de 90  o país teve uma perspectiva disruptiva inovadora na gestão dos recursos humanos e institucionais com ganhos muito grande para Cabo Verde,  com forte apoio do Brasil na formação de quadro a nível da graduação, pós-graduação, no desenvolvimento da investigação, assim como na defesa, enquanto um património inestimável para o futuro.

“O Brasil, contrariamente a Portugal, tem uma perspectiva mais gerencial da administração pública, enquanto a portuguesa, a perspectiva mais dominante em Cabo Verde é excessivamente juridicizada”, realçou.  

A Mesa Redonda foi apontada como uma oportunidade para a comunidade académica da UNICV conhecer o programa que visa promover a disseminação de conhecimentos, experiências e políticas públicas que contribuam para o combate e a superação do racismo no Brasil e fomentar intercâmbios internacionais, para o qual Cabo Verde foi seleccionado.

O diálogo com a missão brasileira permitirá também conhecer as experiências de cooperação académica dos docentes investigadores da universidade cabo-verdiana com o Brasil.

SR/JMV
Inforpress/Fim

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