30/07/25 - 02:49 pm
Mindelo, 30 Jul (Inforpress) - O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) qualificou hoje, no Mindelo, a câmara municipal gerida por Augusto Neves como “a mais obscura de Cabo Verde” e com “privilégios somente a grupos bem identificados”.
As acusações foram feitas pelo presidente da Comissão Política Regional (CPR) do partido em São Vicente, Adilson Jesus, em conferência de imprensa para avaliação dos sete meses de gestão da edilidade liderada pelo Movimento para a Democracia (MpD) e pelo presidente Augusto Neves.
“Infelizmente, a forma despótica e intransparente, que caracteriza a gestão desta edilidade desde há muitos anos continua a fazer escola e consolidar a posição da Câmara Municipal de São Vicente como a mais obscura de Cabo Verde”, criticou.
O interesse público, segundo a mesma fonte, “há muito que deixou de ser o móbil” da autarquia sanvicentina.
“Tudo é feito às escuras e em privilégios a pessoas e grupos bem identificados e relacionados com o partido do presidente”, criticou.
Para Adilson Jesus, a liderança de Neves, já com 15 anos de mandato, não tem mostrado “uma única política pública” para responder aos problemas candentes da ilha.
Tanto assim é que, considerou, não se vislumbra “uma única ideia transformadora” nesta câmara, e nem se consegue identificar qual a estratégia de desenvolvimento.
“Não se consegue descortinar a forma como este presidente pretende mobilizar o conhecimento, a tecnicidade e a vontade dos mindelenses para contribuírem para a construção do São Vicente dos nossos sonhos”, sublinhou.
O presidente da CPR do PAICV enumerou diversas “fragilidades”, entre elas a falta de prestação de contas, “dívidas avultadas”, “mau ambiente laboral”, Polícia Municipal “pouco ou nada efectiva” no serviço de fiscalização, que, a seu ver, tem levado, por exemplo, ao “aumento das construções clandestinas”.
Na lista dos incumprimentos, Adilson Jesus apontou, entre outros assuntos, o acordo com os bombeiros municipais, falta de transparência de gestão de solos, precariedade do serviço de saneamento, falta de investimento no desporto e no combate ao uso excessivo de álcool e outras, “que tem assolado a ilha”.
“Por tudo isto e por mais constrangimentos não mencionados, consideramos que a câmara municipal tem sido inoperante no que concerne a resolução dos problemas de São Vicente”, considerou a mesma fonte, para quem a liderança de Augusto Neves tem sido o “principal entrave ao desenvolvimento da ilha”.
Daí, o pedido para o autarca: “se não consegue dar respostas às demandas e expectativas da população se afaste e dê espaço a outro que consiga imprimir um ritmo e uma vontade diferente”.
LN/AA
Inforpress/Fim
30/07/25 - 11:29 am