Cidade da Praia, 29 Jul (Inforpress) – O índice de preços do International Grains Council (IGC GOI2000) para cereais e oleaginosas caiu 2,0% em Junho, comparado com Maio, divulgou hoje o Secretariado Nacional para a Segurança Alimentar e Nutricional (SNSAN).
No relatório mensal do mercado internacional, os preços médios dos principais cereais apresentaram variações em Junho face a Maio: o milho subiu 5,1%, o arroz 2,3% e o trigo 0,4%.
Apesar das tensões no Médio Oriente e na região do Mar Negro, as cotações globais do trigo mantiveram uma tendência de queda no último mês, impactadas pela maior oferta sazonal nos EUA, descontos nas novas colheitas na Rússia e pela valorização do euro, que afectou negativamente as exportações da União Europeia.
No mercado internacional do milho, os preços mantiveram-se em baixa devido ao clima favorável à colheita nos EUA, à concorrência da América do Sul e à maior oferta na Argentina e no Brasil.
Ainda segundo a mesma fonte, no mercado global do arroz também se registou uma queda, influenciada pela fraca procura no Vietname e pelos estoques crescentes, apesar da forte concorrência da Índia e do baixo preço do arroz dos EUA.
A exportação do açúcar manteve a tendência de baixa, impulsionada pela perspectiva de boa disponibilidade mundial.
Em relação aos preços mundiais de exportação da soja, manteve-se a tendência de alta verificada no mês anterior. Nos Estados Unidos, as cotações estiveram ligadas aos movimentos no mercado de energia e ao clima favorável à cultura.
No Brasil, as restrições na oferta e a valorização do real face ao dólar americano ditaram os preços. Na Argentina, os preços da soja registaram uma subida em relação ao mês anterior.
Em termos de produção e previsões, a safra mundial de trigo aumentou ligeiramente, passando de 806 milhões de toneladas (MT) em Maio para 808 MT em junho, com previsão de crescimento anual de 1%.
A produção de milho manteve-se praticamente estável, com 1.277 MT em Maio e 1.276 MT em Junho, representando um ligeiro recuo em relação ao pico do ano anterior.
O relatório indica que a produção mundial de arroz para 2025/2026 deverá crescer 1% ao ano, com os estoques mundiais a poderem atingir novos recordes, especialmente nos principais países exportadores.
A produção mundial de soja foi estimada num recorde de 423 MT, com um aumento de 7% ao ano, maioritariamente ligado aos ganhos no Brasil e nos Estados Unidos.
Com ganhos previstos em todas as componentes da procura abrangendo os sectores alimentar, de rações e industrial prevê-se que o consumo mundial se expanda 7% ao ano, atingindo um pico de 411 MT.
O comércio mundial deverá crescer 1% ao ano, atingindo um novo pico de 180 MT.
JBR/JMV
Inforpress/Fim
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