Presidente do ISSO diz que é preciso continuar a reforçar fiscalização para evitar acidentes de trabalho
Presidente do ISSO diz que é preciso continuar a reforçar fiscalização para evitar acidentes de trabalho
Espargos, 26 Abr (Inforpress) - O presidente do Instituto da Segurança e Saúde Ocupacional (ISSO) afirmou hoje, nos Espargos, que apesar de toda a informação disponível e dos mecanismos de regulação, continua sendo necessário reforçar a fiscalização para evitar acidentes de trabalho.
João Carvalho fez essa afirmação durante o acto de abertura do VII Congresso Nacional para a Prevenção, Segurança e Saúde Ocupacional, que decorreu durante o dia de hoje no salão nobre da Câmara Municipal do Sal.
Para o presidente do ISSO, Cabo Verde, à semelhança de Portugal, tem uma legislação abrangente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mas que sente a necessidade de normativos específicos para o seu reforço.
“O ISSO realiza este congresso justamente com o objectivo de consciencializar os empregadores para a necessidade de promovermos continuamente uma cultura de segurança e saúde no local de trabalho, que proporcionará um ambiente de trabalho mais saudável e terá em contrapartida um ambiente mais produtivo”, afirmou João Carvalho.
“Estamos cientes que temos uma legislação que consideremos a legislação mãe, mas que sente a necessidade de normativos para o reforço da mesma, mas precisamos acelerar os passos para que possamos ter estes normativos e da lista das doenças ocupacionais, para que as empresas possam dar mais sustentabilidade em termos de segurança”, acrescentou.
Segundo João Carvalho, o instituto sente a necessidade de unir as sinergias e ter uma participação mais activa da parte da inspecção do trabalho, por forma a consciencializar as empresas e os trabalhadores para a necessidade de promover dentro da empresa uma cultura de segurança.
Para o presidente da Secção Regional Norte da Ordem dos engenheiros técnicos de Portugal, António Correia, a segurança no trabalho é vista hoje como uma “prioridade máxima e um direito fundamental” a nível mundial, que nenhuma empresa ou trabalhador pode ignorar.
“É fundamental que as empresas, os trabalhadores, consigam entender que hoje trabalhar sem segurança não é mais possível, é um factor de risco altíssimo para todo o desenvolvimento, para as empresas e para os próprios trabalhadores”, salientou.
Embora haja em muitos países uma “boa regulação” nesta matéria, caso de Cabo Verde e Portugal, António Correia lembra que “infelizmente”, há muitos países que ainda não têm essa cultura, sendo necessário urgentemente, começar a implementar essa cultura de regulação.
Já para o vereador da Protecção Civil da Câmara Municipal do Sal, Edércio Gomes, há vários factores associados aos acidentes de trabalho que precisam de uma investigação directa à fonte.
“A segurança no trabalho é um direito humano e cada vez mais devemos adoptar uma cultura de prevenção e de segurança porque é um investimento e não um custo. Se nós tratarmos a segurança como um investimento vai resolver grande parte dos problemas que são os acidentes e esse efeito que vai directamente para a classe trabalhadora, famílias e consequentemente para a empresa”, destacou o vereador.
O VII congresso nacional de prevenção, segurança e saúde ocupacional que decorreu no Sal, contou com painéis como a segurança no trabalho e boas práticas, sindicalismo, doenças ocupacionais, saúde mental e terminou com um simulacro envolvendo a protecção civil e bombeiros da ilha.
NA/CP
Inforpress/Fim