PM destaca “elevado potencial” de Cabo Verde para se posicionar como plataforma no sector do turismo
PM destaca “elevado potencial” de Cabo Verde para se posicionar como plataforma no sector do turismo
Cidade da Praia, 02 Jul (Inforpress) – O primeiro-ministro apresentou hoje Cabo Verde como um país com “elevado potencial” para se posicionar como plataforma no turismo, no hub aéreo, na praça financeira e na economia digital, oferecendo bens e serviços para África e ao resto do mundo.
Ulisses Correia e Silva fez essas considerações na cerimónia de abertura do fórum “Cabo Verde Investment Forum 2024 Boston (CVI F2024 Boston)”, organizado pela Cabo Verde TradeInvest (CVTI) e que aconteceu esta terça-feira, em Boston (EUA), reunindo parceiros internacionais, decisores, empreendedores e executivos.
“A localização e a proximidade geopolítica na Tri África, Europa e Estados Unidos da América são factores relevantes de Cabo Verde”, disse, apontando a ligação do país com a União Europeia, com a construção desde 1998, de uma economia baseada na ligação escudo cabo-verdiano ao euro.
Nos Estado Unidos da América (EUA), segundo disse, reside a maior e a mais antiga comunidade cabo-verdiana na diáspora e uma parceria para o desenvolvimento e cooperação para a defesa e segurança.
Mencionou ainda, face à localização estratégica, a ligação do país com a comunidade da CEDEAO, um espaço de intervenção regional de Cabo Verde em África, assim como a ligação à Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, um espaço de confluência linguística com forte potencial de crescimento económico.
“A localização e a pequena dimensão do mercado interno e a vantagem de um país seguro e estável colocam como imperativo estratégico o funcionamento do país como plataforma no Atlântico”, acrescentou.
Cabo Verde como um pequeno país, realçou o chefe do Governo, está consciente que a sua pequenez no mercado interno pode e deve ser ultrapassada com atração e investimento directo com a diáspora, com condições atractivas de financiamento externo para o estado e as empresas e com acesso ao mercado externo para exportação de bens e serviços com valor acrescentado nacional incluindo o turismo.
Neste sentido, afirmou que Cabo Verde está aberto ao mundo e que o objectivo é reforçar a inserção do país em espaços dinâmicos que permitam o acesso e atração de investimento marcados pela tecnologia, conhecimento e segurança, visando acelerar o crescimento económico e assegurar a sustentabilidade.
“Um outro objetivo estratégico é tornar Cabo Verde mais resiliente e menos exposto a choques externos económicos, ambientais, climáticos e pandémicos e reduzir os riscos. A alta prioridade do Governo é a implementação de políticas governativas e investimentos aéreos, conectividades aéreas e marítima, transição energética, estratégica de água, acção climática e saúde”, apontou.
O chefe do Governo cabo-verdiano afirmou ainda no evento que o turismo continuará a desenvolver-se como o sector mais dinâmico do país, alegando a existência de um aumento da procura externo e salientado que o desafio é aumentar as ofertas, criar condições para responder à procura crescente a partir do mês de Outubro com os voos low cost e EasyJet.
Neste sentido apontou a necessidade de trazer turistas americanos a Cabo Verde e anunciou que até ao final do ano a companhia aérea cabo-verdiana irá retomar voos para os EUA, apesar de apelar a uma maior cooperação com as companhias aéreas americanas para atrair os turistas americanos
No seu discurso, Ulisses Correia e Silva fez um retrato do país exposto a graves crises durante a covid-19 e a invasão da Rússia à Ucrânia, crises que, segundo disse, produziu uma contração económica de 20.8% em 2020, escalada inflacionista internacional que disparou a inflação para 8% em 2022, mas que o arquipélago soube resistir, recuperar e relançar.
“Em dois anos recuperamos a forte derrapagem económica de 2020 com a economia a crescer 7% em 2021 e 17.7% em 2022. O turismo teve uma forte quebra em 2020 e 2021, mas recuperamos no ano passado, registamos mais de um milhão de turistas e as perspetivas para este ano são boas”, disse, sublinhando que as perspetivas para 2026 são de crescimento económico de média anual de 5%, taxa anual médio de inflação não superior a 3% e dívida pública não superior a 110 % do PIB.
Para Ulisses Correia e Silva o bom desempenho do país inspira confiança, pelo que só tem a oferecer aos investidores estabilidade macroeconómica, estabilidade política e social, boa governança e instituições que funcionam com base na lei, baixo nível de corrupção, elevado nível de liberdade económica e bons incentivos ao investimento.
PC/JP/JMV
Inforpress/Fim