Boa Vista: Professores mostram seu descontentamento com o Governo no dia mundial da classe (c/áudio)

05-10-2024 19:53

Sal Rei, 05 Out (Inforpress) – Os professores da Boa Vista saíram hoje às ruas em protesto contra a decisão do Governo de enviar ao Parlamento, para aprovação, do Plano de Cargos, Funções e Remunerações (PCFR) dos docentes, alegadamente sem ouvir  a classe.

Em declarações à Inforpress, no Dia Mundial do Professor, o representante do Sindicato Democrático de Professores (Sindprof) na Boa Vista, Manuel António Silva, disse que a classe espera que os deputados reflictam antes de aprovar um diploma que, segundo sublinhou, “quase a totalidade” dos professores é contra, o que demonstra “que algo está errado”.

O também docente pensa que o executivo deve sentar-se à mesa uma vez mais com os sindicatos para chegar a um consenso, porque estão descontentes e se o diploma for aprovado vai ser “uma machadada” na vida da classe docente.

Elsa Monteiro, que é professora do ensino básico, no seu caso particular, diz estar a protestar pelo facto do seu nome ainda não ter saído no Boletim Oficial (BO) e por estar com o salário do mês de Setembro em atraso.

A mesma afirmou que no ano passado assinou três contratos e continua à espera que o seu nome saia, informando que na primeira semana do ano lectivo saiu uma lista com nomes de seis professores do concelho no BO e os que restantes, cerca de 30, continuam à espera.

Elsa Monteiro alega ter telefonado para o Ministério da Educação na sexta-feira, 04 de Setembro, e terem indicado que na semana entrante vão distribuir uns documentos para assinarem para poderem receber o salário, até que os nomes saiam no BO.

A professora disse que o ministério está a “colocar a culpa” na DNAP e no Tribunal de Contas, mas aponta o dedo ao Ministério da Educação.

Porém, deixou “bem claro”, em nome de todos os professores, que na Boa Vista, não vão assinar nenhum documento enquanto os nomes não saírem no BO.

“E este ano não vamos aceitar o que passou connosco no ano passado, vamos no 8 ou 80, se o ministério não sabe o que fazer connosco, nós temos que saber o que tem que ser feito com o ministério. Já basta desse abuso, exigimos respeito porque, além de professores, somos seres humanos, temos família, casa e nossas necessidades”, disse Elsa Monteiro

Sublinhando não haver nenhuma motivação profissional para trabalhar como professora, pediu que se resolva o problema de salário em atraso, evocando a condição de docente deslocada que preferia “trabalhar grátis” na sua ilha, do que laborar longe de casa e nas actuais condições.

MGL/JMV

Inforpress/Fim.

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