Tarrafal: Activista defende a necessidade de os jovens conhecerem história do Campo de Concentração para se ter a real noção das raízes

24-04-2024 23:20

Tarrafal, 24 Abr (Inforpress) – Cláudio Sousa, jovem tarrafalense, defensor, militante, historiador, activista político e social no município, defende que os jovens cabo-verdianos e não só devem conhecer a história do Campo de Concentração para entender as raízes.

O jovem falava em entrevista à Inforpress nas vésperas da comemoração dos 50 anos da Revolução de 25 de Abril, conhecida também como Revolução dos Cravos, considerando que é preciso ter conhecimento desta parte da história para se saber como foi o sacrifício para a liberdade de Cabo verde, reforçando que essa história não abrange somente Cabo Verde, mas também outros países africanos e Portugal.

“O Campo de Concentração tem grandes histórias que deveriam ser divulgadas e preservadas, para que as novas gerações possam saber que as pessoas morreram na luta, sofreram, para que hoje fossemos livres”, disse, sublinhando que a luta deve continuar.

A prisão, segundo este jovem, “simboliza barreiras ultrapassadas” para a liberdade vivenciada hoje, sem riscos de represálias por divergências de pensamentos.

Para manter esta história viva, sugere que se poderiam ser realizadas algumas actividades, programas e projectos, junto das escolas, nomeadamente palestras, oficinas com recriação de imagens de ex-combatentes que passaram pelo Campo de Concentração para mostrar às gerações vindouras as “grandezas históricas do município do Tarrafal”.

A nível pessoal referiu que está a desenvolver um projecto junto da UNESCO, WHV – Tarrafal Freedom Camp, que tem como objectivo mostrar aos munícipes tarrafalenses e ao mundo inteiro o que é realmente Tarrafal.

“Se for analisado e valorizado bem poderia acrescentar um valor na história e transformado num espaço de referência, de pesquisa, retiro espiritual como em outros lugares do mundo, onde as pessoas vão ao  encontro  da verdade do passado”, indicou, considerando que o Campo de Concentração possui “todas as condições para ser uma grande escola internacional de promoção da liberdade”.

Conforme disse, antes foi utilizado para “proibir homens de sonhar com a liberdade”, mas que actualmente pode ser utilizado num sentido inverso, onde poderiam ser realizados intercâmbios com jovens de diferentes países, com temas diversos, para divulgar as informações em diferentes partes do mundo, acreditando que “só se pode ter paz no mundo se raça humana se unir”.

50 anos depois, Cláudio Sousa é da opinião que “ainda não se pode gritar a liberdade, porque a liberdade é um processo e a luta continua, pois, tem de se continuar no processo de educação, política, cultura, pesca, agricultura, entre outras áreas.

Aliás, em diversos aspectos considera que os cabo-verdianos “continuam presos, com muitas barreiras invisíveis”.

MC/JMV
Inforpress/Fim

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