Preços médios de exportação de cereais registam queda em Fevereiro de 2024

28-03-2024 13:27

Cidade da Praia, 28 Mar (Inforpress) - O Índice de Preços da Internacional Grains Council para os cereais e oleaginosas (IGC GOI2000) registou em Fevereiro uma redução de 7,0% face a Janeiro de 2024, divulgou hoje o Secretariado Nacional para Segurança Alimentar e Nutricional (SNSAN).

De acordo com o relatório mensal do Mercado Internacional nº156, de F evereiro 2024 do SNSAN, os preços médios de exportação dos três principais cereais registaram variações médias em fevereiro face ao médio de janeiro de -9,3 % para o milho, de -4,5 % para o trigo e -0,5 % para o arroz.

A mesma fonte indicou a pressão da forte concorrência nas exportações e o abrandamento da procura internacional pressionaram o mercado mundial de trigo, sendo que nos Estados Unidos as preocupações com o ritmo lento das exportações e os movimentos cambiais pressionaram as cotações de trigo.

Na União Europeia, frisa o relatório divulgado, as ofertas mais baixas do Mar Negro fizeram aumentar a concorrência da região, influenciando o mercado de trigo, enquanto que na Rússia a tentativa dos exportadores em procurar garantir negócios antes do início da quota de cereais em meados de Fevereiro pesou nos preços de trigo.

O aumento de ofertas a preços competitivos dos portos de águas profundas da Ucrânia, ressalta o documento, impulsionou a queda nos preços mundiais de exportação de milho, sendo que nos Estados Unidos, a perspetiva de boa colheita no hemisfério sul justificou a baixa nos preços.

Na Argentina, a previsão melhorada para a próxima colheita sustentou as cotações, no Brasil, os preços caíram cerca de 13,9 % face ao mês de janeiro e as cotações mundiais de exportação de arroz registaram uma baixa face ao mês anterior.

Na Tailândia, a redução na procura pressionou os preços de arroz para uma baixa mensal; no Vietname, as cotações de exportação de arroz recuaram devido à pressão sazonal da colheita e nos Estados Unidos, os preços de arroz apresentaram uma alta de cerca de 6,5% face ao mês anterior.

Quanto a açúcar, refere o relatório da SNSAN, as cotações mundiais de exportação registaram uma tendência estável em relação ao mês anterior, enquanto que na Índia e Tailândia as preocupações com o baixo nível de produção foram contrabalançadas pelo bom ritmo das exportações do Brasil e perspetivas melhoradas na produção mundial de açúcar.       

No referente ao abastecimento de trigo, o relatório indica que com as colheitas já concluídas, a produção mundial foi estimada em 788MT, a segunda maior já registrada e 2 % acima da média recente.

O consumo mundial foi previsto em 803MT, uma queda mensal de 1MT, pelo que considerando o crescimento populacional e a uma mudança contínua nas dietas dos consumidores em partes da Ásia e da África, o consumo humano deverá atingir um recorde de 553MT (+1).

“Apesar da forte concorrência de alternativas, prevê-se que a procura mundial de rações aumente para 155MT (+3%), com a ração de trigo na China e na União Europeia impulsionada por abundantes fornecimentos de qualidade inferior”, lê-se no relatório divulgado pelo SNSAN.

A mesma fonte sublinha ainda que o stock mundial deve atingir cerca de 165MT, representando uma baixa de 15MT em relação à temporada passada.

A previsão do comércio mundial referente ao ano 2024/2025 prevê uma subida de 1% (799MT) ao ano na produção agrícola e um aumento marginal no consumo mundial (804MT), com a expansão dos consumos humano e industrial contrabalançados por uma redução na ração.

O comércio mundial referente ao ano 2024/2025 foi projectado em 196MT, o que significa um aumento mensal de 1MT, 2% inferior em relação ao ano anterior, incluindo compras menores por parte da União Europeia.

Para este ano agrícola o stock mundial, prevê segundo SNSAN, uma diminuição muito mais acentuada inclusive nos principais exportadores.

PC/AA

Inforpress/Fim

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