Lisboa, 27 Abr (Inforpress) – O Presidente da República fez um balanço positivo da sua visita a Portugal para participar nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, frisando que gostou “muito” de participar no que chama de “jornada cívica”.

José Maria Neves esteve de visita a Portugal de 24 a 26 de Abril, a convite do Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, para participar na cerimónia oficial de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, juntamente com os homólogos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.

“Gostei imenso de poder participar nesta jornada cívica de comemoração que não lembra apenas o passado, mas projecta o futuro, mostra o que deve ser feito para termos uma democracia de mais qualidade, termos mais igualdade e termos muito mais prosperidade para que as pessoas possam viver com mais dignidade no futuro”, frisou.

Para José Maria Neves, o 25 de Abril é uma conquista comum dos cabo-verdianos, dos angolanos, dos guineenses, dos são-tomenses, dos moçambicanos e também dos timorenses, porque com a revolução foi possível negociar com Portugal o processo das independências.

“Timor-Leste mais tarde, com toda a luta, mas sempre com o grande apoio de Portugal, e abriu caminho a relações muito sólidas de cooperação entre Portugal e as suas antigas colónias. De modo que comemorar o 25 de Abril é comemorar esse património comum de luta contra o fascismo pela liberdade e pela independência”, sustentou.

De acordo com o Presidente da República, “o balanço da visita é muito positivo”, já que os portugueses mostraram um “engajamento cívico extraordinário, de uma forma muito pacífica, muito alegre e com muita emoção” comemoraram os 50 anos do 25 de Abril.

“Todos os órgãos de soberania, de mãos dadas, todos os partidos políticos e, sobretudo, a sociedade civil e os cidadãos juntos, para mostrar que ainda não há qualquer alternativa à democracia, ou seja, só a democracia abre caminho à liberdade de expressão e depois à realização das liberdades sociais e económicas”, mencionou.

No seu entender, apesar dos desafios nesse país europeu, os cabo-verdianos em Portugal estão “muito mais integrados”, há muitos jovens quadros a trabalhar em “empresas de ponta” e há outros que estão a estudar, há investigadores, há professores e há empresários, mas sem esquecer os outros segmentos onde ainda há problemas.

“As relações estão excelentes entre Portugal e Cabo Verde, em áreas muito sensíveis como a segurança e estabilidade, como o sector financeiro, a acção climática e o financiamento de projectos importantes de desenvolvimento na área da saúde, da educação, da formação profissional, globalmente a cooperação é muito boa e tem atingido níveis de excelência”, indicou.

À margem da participação na cerimónia oficial dos 50 anos do 25 de Abril, José Maria Neves foi agraciado com o título de “Professor Honoris Causa”, pelo Instituto Superior de Lisboa e Vale do Tejo (ISCE).

José Maria Neves participou, também, na noite de quarta-feira, 24, nas celebrações dos 50 anos do 25 de Abril no Município do Seixal, um município português que acolhe uma grande comunidade cabo-verdiana.

O último ponto da visita do Presidente da República aconteceu durante todo o dia desta sexta-feira, 26, no município de Sines, onde foi recebido pelo autarca local, Nuno Mascarenhas, e visitou a Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém, com um encontro com a comunidade cabo-verdiana no concelho em que quase 10 por cento (%) da população é cabo-verdiana ou descendente de cabo-verdianos.

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