Portugal: Joaquim Arena traz obra premiada “Sabor da água da chuva e outras memórias da amiga perfeita” à Lisboa

18-04-2024 21:24

isboa, 18 Abr (Inforpress) – O escritor cabo-verdiano Joaquim Arena, sob a égide da Imprensa Nacional Casa da Moeda, apresentou hoje, em Lisboa, a obra “Sabor da água da chuva e outras memórias da amiga perfeita”, Prémio Literário Arnaldo França 2022.

A apresentação aconteceu no Centro Cultural Cabo Verde (CCCV) e esteve a cargo da professora Inocência Mata e contou com a presença do administrador executivo da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM), Duarte Azinheira.

“Foi uma aventura muita prazerosa a leitura do livro. Considero este livro um romance-testemunho-memória. Esse subgénero não existe, mas é aí que está a singularidades desta obra, porque parece ser um romance, mas é muito mais do que isso”, considerou Inocência Mata.

Conforme ela, um romance-testemunho-memória pode ser visto como uma tentativa de “capturar a essência” da experiência humana, através de uma mistura de elementos biográficos, autobiográficos, históricos e imaginativos que abordam temas, como identidade, violência, justiça social, memória colectiva ou acontecimentos históricos, como se pode notar no “Sabor da água da chuva e outras memórias da amiga perfeita”.

Na contracapa do livro, pode-se ler que a obra é um “hino à amizade e à memória”, mas também aos caminhos da História e ao testemunho e papel de protagonistas anónimos, já que o livro fala de Júlia e Constância, duas melhores amigas, que viviam felizes numa das ilhas de Cabo Verde.

Mas quando Constância tinha 13 anos, por causa da seca e da pobreza, a família é obrigada a emigrar para São Tomé e Príncipe, onde nas roças de cacau e de café, viveu um trabalho “duro marcado pela violência colonial e em modo de quase escravidão”, enquanto que em Cabo Verde, a família de Júlia que possuía terras agrícolas e a propriedade de Romanza, cujos rendimentos permitiram pagar os estudos superiores em Portugal.

“Porém, aos 13 anos, Júlia é escolhida para tomar conta do pai e ajudar a mãe. Dos seis irmãos, é a única que fica em casa sem estudos. Cinquenta anos depois, com o iminente regresso de Constância, Júlia passa em revista a vida desde que as amigas se separaram. Inicia-se uma viagem epistolar pelos acontecimentos que ocorreram nos dois arquipélagos e nas duas famílias. São os últimos dias do império, do colonialismo e de um regime exploratório, bem como as suas consequências no destino de cada um dos envolvidos”, lê-se.

Joaquim Arena é licenciado em Direito e dedicou-se à música e ao jornalismo, sendo autor dos livros “Um farol no deserto” (2000, IPC), “A verdade de Chindo Luz” (2006, Oficina do Livro) e “Para onde voam as tartarugas" (2010, Caminho).

Em 2016, o seu trabalho ensaístico “Debaixo da nossa pele - Uma viagem”, foi distinguido com a menção honrosa do Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura e em 2023 o seu livro “Siríaco e Mister Charles” (2022, Quetzal) venceu o Oceanos - Prémio de Literatura em Língua Portuguesa, na categoria prosa.

Antes, em 2022, já tinha ganho o Prémio Literário Arnaldo França, instituído pela Imprensa Nacional em Cabo Verde, com a obra “Sabor da água da chuva e outras memórias da amiga perfeita”.

O autor tem obras traduzidas na China, nos Estados Unidos, em Espanha, na Itália e na Sérvia e ainda em 2024 terá obras publicadas no Brasil.

DR//JMV
Inforpress/Fim

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