Portugal: Há uma ligação muito forte entre Cabo Verde e Sines onde a presença de cabo-verdianos é importante – PR

26-04-2024 15:13

Sines, 26 Abr (Inforpress) – O Presidente da República, José Maria Neves, considerou hoje que há uma ligação “muito forte” entre Cabo Verde e Sines, e que também a presença de cabo-verdianos neste município português é um elemento “importante”.

O Chefe de Estado fez esta afirmação durante a recepção feita pela Câmara Municipal de Sines, numa visita que efectua hoje a esse município à margem da sua deslocação a Portugal para participar na cerimónia oficial de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, que aconteceu esta quinta-feira, a convite do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Há uma ligação muito forte entre Cabo Verde e Sines, e a presença também dos cabo-verdianos aqui é um elemento importante. Cabo Verde tem uma enorme diáspora espalhada pelo mundo e essa diáspora constitui a nossa maior riqueza. Temos de poder colocar todas as capacidades, todas as competências ao serviço do país”, frisou o Presidente da República, que espera que nos próximos anos essas competências possam ser aproveitadas.

Para José Maria Neves, outra riqueza do país é o mar, em que abarca 99 por cento (%) do território nacional, mas que neste momento nem 5% da sua riqueza foi explorada. Sustentou que é preciso o arquipélago “voltar-se definitivamente para o mar”, para a produção da água, que já está sendo feita, a produção de alimentos, a indústria farmacêutica, o turismo ou os transportes.

Por outro lado, o Presidente da República lembrou dos ganhos alcançados com a revolução do 25 de Abril de 1974 que levou ao encerramento do Campo de Concentração do Tarrafal e a consequente independência das colónias na altura, mas constatou o facto de a democracia no mundo, na sua opinião, estar “sob ameaça”.

“Há muitas imperfeições, mas vale viver em democracia do que viver em regimes onde não se pode falar, onde não há liberdade de expressão, onde não há democracia. E em democracia nós encontraremos os ingredientes necessários para resolver os nossos problemas, para fazer face às ameaças e para construir o futuro”, sustentou.

Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, reiterou essa ligação entre o seu município e Cabo Verde, contando que foi nos anos 70 do século XX que começaram a chegar, em Sines, as pessoas oriundas de Cabo Verde, primeiro para trabalhar na pesca, depois na construção civil.

“Diria que a primeira geração que chegou em Sines encontrou trabalho, mas encontrou ainda condições de vida bastante precárias. Aliás, neste período, Sines experimentava um processo de acelerada transformação, contudo, podemos dizer que a comunidade cabo-verdiana se integrou”, disse, lembrando da construção do Bairro Amílcar Cabral no município, dando às famílias cabo-verdianas o acesso à habitação “condigna”.

De acordo com Nuno Mascarenhas, hoje há em Sines, provavelmente, a quinta ou sexta gerações de pessoas com ascendência cabo-verdiana, numa comunidade que representa cerca de 10% do total da população do concelho, sustentando que se muitos vieram para trabalhar como assalariados, hoje as pessoas de origem cabo-verdiana têm os seus próprios negócios, empreenderam e estão “perfeitamente integrados social e economicamente”.

A recepção do Presidente da República foi seguida de uma visita à Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém, onde teve um encontro com a comunidade cabo-verdiana, acompanhado da direcção da associação e do embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro.

O ministro das Comunidades, Jorge Santos, a primeira dama, Débora Carvalho, o presidente da Câmara Municipal de Sines, os vereadores da autarquia e outros dirigentes de instituições no concelho, estiveram também presentes.

DR/ZS

Inforpress/Fim

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