IMP pede parecer científico ao Instituto do Mar sobre o impacto da prática de Jet-skis na praia de Quebra Canela

27-03-2024 19:13

Cidade da Praia, 27 Mar (Inforpress)- O Instituto Marítimo Portuário (IMP) revelou hoje que pediu um parecer científico ao Instituto do Mar sobre o impacto da prática de Jet-skis na praia de Quebra Canela.

O anúncio foi feito à Inforpress pelo presidente do Conselho Directivo do Instituto Marítimo Portuário, Seidi Santos, em reação às declarações da Associação Cabo-verdiana do Ecoturismo, que alertou sobre o impacto que este tipo de desporto acarreta para a vida marinha.

Seidi Santos diz respeitar o alerta dado pela associação, mas esclarece que o IMP não tem competência para gerir estas questões científicas sobre o assunto.

“Nós solicitamos ao Instituto do Mar um parecer sobre o assunto, precisamente para termos uma base científica sobre o eventual impacto do uso de jet –skis na praia de Quebra Canela (…) nós não temos como saber o impacto ambiental que essa actividade traz para a vida marinha”, adiantou Seidi Santos

O responsável clarificou ainda que a autorização concedida pelo IMP para a empresa que está a operar neste momento na praia de Quebra Canela foi uma “autorização temporária”, informando que no próximo mês termina o prazo de exercício da actividade.

“Uma autorização concedida para o limite temporal e numa época baixa de frequência de banhistas”, esclareceu, recordando também que foi concedida esta autorização com uma regulamentação “exaustiva” daquilo que são as medidas de segurança que deveriam ser acauteladas e respeitadas pela empresa que queira operar.

Argumentou ainda que o IMP “sempre autorizou” actividades do género nas várias praias do país, apontando que é uma prática que tem sido pacífica em qualquer praia.

Questionado se essa modalidade vai ser interrompida até que se tenha a confirmação de dados concretos sobre o impacto negativo para a vida marítima, este responsável asseverou que o organismo “não vai interromper a actividade, porque sempre foi uma autorização temporária”.

De acordo com a Associação Cabo-verdiana de Ecoturismo o motor de jet-skis que varia de 100 a 300 cavalos, produz níveis de ruído na faixa de 85 a 102 decibéis por unidade e cada vez que entra na água, a mota bate na superfície com um gole explosivo e com manobras rápidas e mudanças frequentes de velocidades, "perturbando" as espécies marinha.

"Espécies como baleia de bossa, tartarugas, peixes endémicos, peixes de importância comercial", especificou.

Recomendou, no entanto, que a prática seja feita na praia da Gamboa, pelo menos a 300 metros da zona costeira, onde a profundidade é mais de 50 metros, e que não é aconselhável, segundo Edita Magilevicinte, realizar essa actividade na profundidade de 10 a 15 metros, como no caso de Quebra Canela.

OS/JMV
Inforpress/Fim

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