Ilha de Santiago passa de oito para 47 comunidades coralinas identificadas e certificadas

27-03-2024 19:40

Cidade da Praia, 27 Mar. (Inforpress) - A ilha de Santiago conta actualmente com 47 comunidades coralinas identificadas no plano de Gestão e Conservação de Corais, após a implementação do projecto de “Monotorização participativa das comunidades coralinas”, quando há um ano contava com apenas oito.

Esta informação foi revelada hoje à Inforpress pela bióloga marinha Edita Magileviciute, vice-presidente da Associação Cabo-verdiana de Ecoturismo (ECOCV), durante a exposição sobre “Monotorização participativa das comunidades coralinas na ilha de Santiago”, que decorre no Palácio do Governo.

A coordenadora do programa marinho da ECOCV explicou que esta exposição se enquadra no âmbito de dois projectos – “Monotiração participativas de ervas marinhas e Comunidades Coralinas”, financiados pelo Ministério da Agricultura e Ambiente, em colaboração com a Direção Nacional do Ambiente.

Implementados em 2023, a bióloga classificou de muito importantes os dois projectos por entender que proporcionaram a oportunidade para se aumentar o conhecimento do ecossistema marinho na ilha de Santiago, tendo sublinhado que para a materialização deste projecto foi necessário um trabalho de parceria ampla.

Realizado em perfeita colaboração com a Unipiaget, mergulhadores profissionais, pescadores das comunidades em Santiago, que se associaram a voluntários da ECOCV, o projecto permitiu resultados considerados muito positivos, a ponto de a ilha de Santiago passar de oito para 47 comunidades coralinas identificadas no plano de Gestão e Conservação de Corais neste curto espaço do tempo.

Relativamente a ervas marinhas, Edita Magileviciute disse que antes do projecto apenas estavam confirmadas ervas marinhas localizadas na praia da Gamboa (Cidade da Praia) e Lagoa (Pedra Badejo), mas que depois desta pesquisa, foram identificadas mais seis ervas marinhas, nomeadamente na Baía d’Angra, no Tarrafal de Santiago, onde foram reconhecidas duas espécies, das quais uma considerada espécie nova para Cabo Verde.

“Foi um grande orgulho nosso, termos identificado uma nova espécie marinha para Santiago e Cabo Verde”, realçou Magileviciute, para quem esta descoberta “está a ser muito importante, já que os dois habitantes de corais de ervas marinhas têm função essencial no berçário de peixes comerciais como búzio, lagostas e garoupas, de entre outras espécies”.

A ideia de instalar exposição no Palácio do Governo, centro do poder, e posteriormente deslocar-.se para todos os pontos do país, segundo a nossa entrevistada, tem o propósito de proporcionar a todas as pessoas que por lá circulam a oportunidades de se inteirar melhor sobre o mundo subaquático da ilha de Santiago.

“Um dos pontos fracos que descobrimos na implementação deste projecto é a baixa literacia oceânica. Isto não é só nos membros das comunidades com baixa escolaridade, mas na generalidade da população cabo-verdiana, incluindo nos órgãos do poder local e parlamentar”, referiu a bióloga.

Neste particular, disse que para o efeito a ECOCV já desenvolveu o “Manual de Monitorização Participativa de Comunidades Coralinas”, com o propósito de sensibilizar os cidadãos e ao mesmo tempo ajudar os cientistas e pesquisadores na descoberta de nova vida da diversidade de Santiago e de outras ilhas.

SR/JMV
Inforpress/Fim

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