Cabo Verde quer implementar vigilância digital de doenças para melhorar resposta de saúde pública
Cabo Verde quer implementar vigilância digital de doenças para melhorar resposta de saúde pública
Cidade da Praia, 24 Abr (Inforpress) – Cabo Verde quer implementar um sistema de vigilância digital de doenças para melhorar a resposta de saúde pública, anunciou hoje, na Praia, a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), Maria da Luz Lima.
A presidente do INSP que falava na abertura do workshop de Cooperação Sul-Sul sobre o Projecto Regional de Preparação para Pandemias da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), disse que Cabo Verde tem ainda, “basicamente”, uma vigilância baseada em indicadores, pelo que o país está a trabalhar para a implementação de uma “vigilância baseada em eventos”.
Nesse sentido, considerou que o Projecto Regional de Preparação para Pandemias da CEDEAO, realizado pelo sistema de análise e gestão de resposta a surtos de vigilância (Sormas), é importante porque permite que os países “trabalhem em conjunto” e ver como Cabo Verde poderá implementar esta ferramenta.
“Estamos a trabalhar para implementar a vigilância baseada em eventos que, com certeza, essa plataforma, que já foi desenvolvida em alguns países, nós esperamos aqui aprender as lições do Uganda e da Nigéria que são países que já tem essa plataforma em uso, mas também como é que vamos fazer para que também tenhamos essa plataforma em Cabo Verde”, reforçou a presidente do INSP.
O Projecto Regional de Prevenção de Pandemias na Região da CEDEAO é um projecto regional que tem como objectivo fortalecer a CEDEAO, a Organização Oeste Africana da Saúde e as instituições nacionais de coordenação através da criação de um sistema de prevenção e controlo orientado para a Saúde Única.
Uma das estratégias previstas, de acordo com Sormas, é reforçar a vigilância digital de doenças em toda a África Ocidental, utilizando o “Sormas”.
O evento, que iniciou nesta quarta-feira, 24 e vai até sábado, 27, reúne instituições e organizações, incluindo a Organização de Saúde da África Ocidental – Centro Regional de Vigilância e Doenças Controlo (OOAS/RCSDC), representantes dos países e potenciais parceiros técnicos e financeiros, como a Fundação Sormas, numa tentativa de reforçar a vigilância das doenças em toda a região.
Para os países utilizadores do Sormas, as discussões irão aprofundar-se na elaboração de planos sustentáveis para a interoperabilidade com os sistemas de informação de saúde existentes e no fortalecimento do projecto.
Por outro lado, os países que ainda não iniciaram a implementação total do Sormas, explorarão os resultados das suas avaliações para identificar oportunidades de implementação e potenciais colaborações com parceiros internacionais, com foco na promoção da colaboração e no compartilhamento de melhores práticas, referiu a representante da CEDEAO, Aidhat Usman.
O workshop empregará diversas metodologias, incluindo sessões plenárias, discussões em grupo e treinamento prático, para facilitar a participação activa e a troca de conhecimentos entre os participantes.
No caso de Cabo Verde, acrescentou o INSP, o país dispõe de epidemiologistas de campo, um Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública que precisa ser operacionalizada, mas que, a seu ver, vai ter um papel importante, sobretudo quando for implementada a vigilância baseada em eventos, sublinhou.
O evento é co-financiado pela União Europeia e pelo Ministério Alemão de Cooperação e Desenvolvimento Económico (BMZ).
OS/HF
Inforpress/Fim