Antigo preso político angolano defende criação de associação plurinacional de antigos presos políticos

02/05/24 17:18

Cidade da Praia, 02 Mai (Inforpress) - O antigo preso político angolano do Campo de Concentração de Tarrafal Justino Pinto de Andrade defendeu hoje, na cidade da Praia, a criação de uma associação plurinacional de antigos presos políticos que sobreviveram ao sistema.

Justino Pinto de Andrade falava à imprensa, no final de uma visita de cortesia que os antigos presos políticos angolanos efectuaram esta quinta-feira ao primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

Após o encontro, manifestou-se satisfeito com a realização das actividades de celebrações dos 50 anos do encerramento do antigo Campo de Concentração do Tarrafal, tendo realçado que após 50 anos de encerramento do campo, o sentimento é de alegria.

Salientou que a comunidade angolana presa no Campo de Concentração do Tarrafal foi uma comunidade muito sofrida e muito variada, isto porque, justificou, começou a funcionar com uma geração que entrou em 1962 e terminou com a geração que terminou em 1970.

“Houve também os guineenses, que vieram praticamente em blocos, e depois temos os cabo-verdianos. Quando cá chegamos encontramos quatro presos cabo-verdianos na Caserna 3 e depois foram se juntando outros presos cabo-verdianos”, lembrou, referindo que há registos de cabo-verdianos que foram enviados para cumprir pena em Angola.

No que se refere ao número dos presos políticos sobreviventes, apontou que de Portugal não há sobreviventes, Guiné-Bissau tem quatro e Angola 12, ressaltando que Cabo Verde tem mais sobreviventes devido à idade com que os presos foram para o campo e por não se ter envolvido na luta.

Justino Pinto de Andrade destacou a importância de criação de uma associação plurinacional de antigos presos políticos envolvendo os sobreviventes vivos de cada país africano da lusofonia e que estiveram presos no Campo de Concentração do Tarrafal.

“Seria uma boa ideia, porque dos 100 e tal angolanos somos 12 sobreviventes. É evidente que não devemos englobar os portugueses porque já desapareceram todos, mas há quatro guineenses e muitos cabo-verdianos, portanto eu penso que os sobreviventes de parte a parte podem, perfeitamente, criar uma associação mais plurinacional do que aquelas que existem em cada um dos países”, defendeu.

CM/CP

Inforpress/Fim

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