Assimetrias no sector da saúde afectam de forma agravada a população mais vulnerável - UCID

09-07-2024 15:39

Mindelo, 09 Jul (Inforpress) - A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) chamou a atenção do Governo hoje, no Mindelo, sobre as assimetrias existentes na saúde que afectam de “forma agravada e directa” a população mais vulnerável.

Uma interpelação feita pela deputada nacional do partido Zilda Oliveira, em conferência de imprensa de antevisão da primeira sessão parlamentar de Julho, na qual a saúde será um dos principais temas a serem abordados.

Com olhar crítico, a mesma fonte considerou que, não obstante alguns investimentos realizados, as assimetrias persistem no sistema de saúde, “afectando de forma agravada e directa a população mais vulnerável”.

“Persistem ainda desafios enormes no que concerne à qualidade e à equidade na prestação de serviços de saúde à população, com barreiras que limitam o acesso particularmente dos mais vulneráveis, inclusive das pessoas com deficiencia”, sublinhou.

O Programa do Governo para esta legislatura prevê, lembrou, a construção de um conjunto de infra-estruturas, algumas ainda sequer foram iniciadas, como é o caso de alguns centros de saúde como o de Monte Sossego, e a conclusão do centro ambulatorial, os dois em São Vicente.

Algumas destas obras, assinalou Zilda Oliveira, constavam do orçamento 2023 e voltaram a constar deste de 2024, e está-se a meio do ano e “muitas sequer foram iniciadas”.

Neste conjunto, enumerou, o Governo propôs criar  o Instituto de Emergência Pré-Hospitalar, o Instituto de Sangue e Transplantação, um Centro de Treinamento e Simulação para os Profissionais de Saúde, um Centro Técnico de Manutenção de equipamentos médicos.

Por outro lado, continuou a deputada, foi proposto aprovar um corpo activo de investigadores em saúde com estatuto próprio e reforçar a vigilância e investigação sobre os alimentos e água, mas essas propostas ainda não saíram do papel.

A parlamentar apontou ainda constrangimentos relacionados com os recursos humanos do sector da saúde, a quem o executivo, segundo a mesma fonte, tinha prometido implementar “uma política de motivação e satisfação”.

“Dizer ainda que os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, ajudantes de serviços gerais, técnicos, enfrentam problemas laborais vários que vão desde a sobrecarga e o estrangulamento laboral, contratos de trabalho precários, iniquidades salariais, atrasos no pagamento dos salários e de não pagamento das gratificações pela prestação de serviços extraordinários”, persistiu.

Referindo-se a várias outras dificuldades do sector, Zilda Oliveira disse ser preciso um sistema de avaliação contínua e monitorização do sistema de saúde, para “melhorar a identificação das fragilidades e a consequente criação de respostas”.

LN/CP

Inforpress/Fim

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