TICV deixa de operar definitivamente em Cabo Verde

23-04-2024 17:03

Praia, 23 de Abr (Inforpress) – A BestFly World Wide, accionista maioritária dos Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) comunicou hoje que vai deixar de operar em Cabo Verde por acreditar não estarem reunidas as condições para prosseguir com o trabalho que tem vindo a desenvolver.

“A BestFly World Wide, accionista maioritária da TICV, tomou a difícil decisão de deixar de operar definitivamente em Cabo Verde e suspender a operação da companhia no país, tendo esse pedido de suspensão já sido apresentado junto da AAC”, informa a TICV à imprensa.

Segundo a empresa de aviação a TICV foi surpreendida com a recepção, no dia 19 de Abril de 2024, de uma carta da Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde dando conta de que, após aprovação inicial, tomou a decisão de revogar a aprovação que tinha concedido para o contrato de “wet lease” de uma aeronave mobilizada para regularizar a conectividade inter ilhas em Cabo Verde e que já se encontrava no país.

Informa ainda que a entrada da aeronave em Cabo Verde tinha como objectivo assegurar a manutenção do serviço prestado pela transportadora, suprindo a ausência de duas aeronaves que se encontram imobilizadas por motivo de manutenção.

Alega, por outro lado, que todos os esforços foram encetados para garantir a maior rapidez possível no processo de mobilização dessa aeronave, estando a TICV ciente de que a ligação inter ilhas em Cabo Verde desempenha um papel fundamental na coesão territorial, social e económica do país.

Ressalta ainda que o que mais surpreendeu foi a justificação de que a revogação da aprovação do contrato de “wet lease” tenha decorrido pelo facto de a AAC considerar não ser “plausível” o enquadramento do pedido da TICV.

“No que a “wet leases” diz respeito, a regulamentação cabo-verdiana é clara: este mecanismo pode ser utilizado como reforço da frota ou devido à indisponibilidade da mesma em casos como trabalhos de manutenção. O enquadramento apresentado pela TICV para o pedido de aprovação do contrato de “wet lease” está ao abrigo e em total conformidade com a regulamentação local”, realça a mesma fonte.

A TICV esclarece que o pedido de aprovação do contrato de “wet lease”, da maior importância para assegurar o bom funcionamento da ligação inter ilhas, deu entrada na AAC no dia 1 de Abril de 2024, tendo sido tratado com uma morosidade que não se coaduna com a premência do pedido em análise.

“A TICV agiu e procedeu em absoluta conformidade com a regulamentação da aviação civil cabo-verdiana. Do lado da AAC, o pedido de aprovação de um contrato para a entrada temporária de uma aeronave em operação, com vista a regularizar a ligação inter ilhas, foi recebido no que consideramos ser um clima de desconfiança, lentidão e hostilidade, ainda que o procedimento, por parte da TICV, tenha sido levado a cabo com toda a regularidade”, refere Nuno Pereira, CEO da BestFly World Wide, accionista maioritário da TICV.

Nuno Pereira, sublinhou que a TICV tem cumprido o compromisso assumido para com Cabo Verde e para com os cabo-verdianos, afirmando ter noção da importância que a ligação inter ilhas tem num país que dela depende para a deslocação dos seus cidadãos e para o apoio à sua actividade económica.

Apesar disso, relata que a empresa tem operado num ambiente de negócios tóxico e punitivo, que condiciona severamente a capacidade de acção da TICV, apesar do investimento contínuo que temos feito na conectividade doméstica.

“Este contexto, longe de ser o ideal, tem sido marcado por situações de franca anormalidade, que impedem uma resposta rápida aos desafios com que qualquer operação aérea se depara e que em nada contribuem para o desenvolvimento económico de Cabo Verde”, acrescentou.

Prossegue sugerindo às autoridades cabo-verdianas que façam a devida análise de quantas companhias já operaram em Cabo Verde nos últimos 10 anos, sustentado que o resultado dessa análise deve justificar uma profunda reflexão sobre o ambiente de negócios vivido no país.

PC/HF

Inforpress/Fim 

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