São Vicente: Sindep pondera realizar greve dos professores em Maio para provocar alteração no calendário das avaliações

23-04-2024 13:58

Mindelo, 23 Abr (Inforpress) - O Sindicato Nacional dos Professores (Sindep), em São Vicente, não descarta realizar uma greve em Maio para provocar uma alteração no calendário das avaliações escolares, caso o Governo não atender às suas reivindicações.

O delegado Nelson Cardoso falava hoje aos jornalistas à frente do edifício da Delegação do Ministério da Educação em São Vicente, no final da manifestação de um grupo de professores que se organizaram para reivindicar “as pendências” e pedir “dignidade à classe”, “progressão na carreira”, “equiparação salarial” e “cumprimento do estatuto” neste Dia do Professor Cabo-verdiano.

“Nós pretendemos uma greve na altura da avaliação, já em Maio. Portanto, será uma greve diferente, vamos estudar, vamos escutar a classe e definir como é que será a greve. Terá de ser um período mais duradouro e da forma que provoca alteração no calendário escolar das avaliações. Portanto, isso vai impactar a vida de muita gente e aqui nós pedimos a compreensão da sociedade”, afirmou o delegado sindical.

Segundo Nelson Cardoso, o Governo está a levar o professor ao extremo, pelo que, avisou, a partir de agora o sindicato vai apoiar quaisquer formas de luta dos professores, desde que sejam legais.

“Nós não queremos ir ao extremo, mas o Governo, com a sua tática, com a sua falta de compromisso, está a levar o professor ao extremo”, considerou, lembrando que são muitas manifestações exigindo a mesma coisa.

“É por isso que estou a dizer que possivelmente a paciência do professor está no limite e nós não queremos que haja ruptura, mas parece que é isso que o Governo está a pedir”, ajuntou.

Conforme o sindicalista, os professores exigem “dignidade, valorização e respeito”, não só pelos direitos estatutários, mas também pelos acordos que foram firmados e que devem ser cumpridos assim como foram definidos.

“Outra coisa tem a ver com a postura do Governo na questão da dilatação dos prazos, a querer levar o tempo como se a situação resolvesse, mas isto está a piorar cada vez mais a situação e a relação entre o Governo e os professores”, adiantou, acrescentando que os professores querem “a dignificação do salário”.

“É um salário que condiz com o professor, com a sua categoria. Porque ele é quadro especial, então tem que ter também um salário condizente. Não é que o professor é melhor que os outros profissionais, não é isso que está em causa. E o Governo, a partir do momento que já reconheceu, já fez uma proposta, quer dizer que reconhece que o que o professor oferece não é justo”, argumentou.

Segundo Nelson Cardoso, a questão do salário já é um ponto que o próprio Governo deve reflectir, mas referiu que “não houve entendimento na questão do salário, nem no montante e no prazo” porque o Executivo “quer a efectivação faseada”.

“Imagina que o Governo quer a efectivação para além da sua legislatura, nós não fazemos isso. Não acordamos para efectivar ainda para além da 2026”, afirmou.

A manifestação contou com a adesão de alguns alunos das escolas secundárias de São Vicente em apoio às reivindicações dos professores.

“Da próxima vez que tragam os pais, porque o professor não está a lutar apenas pelo salário, mas sim por uma educação de qualidade e passa pela valorização do profissional que é o professor”, pediu Nelson Cardoso.

Com concentração na Praça Dom Luís, os professores percorreram artérias da cidade do Mindelo, como Rua de Lisboa, Avenida Baltazar Lopes, Praça Nova e terminou em frente à Delegação do Ministério da Educação.

CD/AA

Inforpress/Fim 

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