São Vicente: Estaleiros da Onave vão ter plano de “reabilitação total” com terminal para investigação científica

06-05-2024 16:31

Mindelo, 06 Mai (Inforpress) - A Enapor deve apresentar nos próximos dias ao Ministério do Mar um plano de “reabilitação total” dos estaleiros da Onave, em São Vicente, que inclui a construção de cais de pesca e ainda um terminal para investigação científica.

A informação foi avançada à imprensa pelo ministro do Mar, Abraão Vicente, que visitou na manhã de hoje, entre outros pontos, a infra-estrutura naval de navios pesqueiros.

O documento, a ser entregue entre os dias 20 e 21 deste mês, inclui, segundo a mesma fonte, a construção de um porto exclusivo para pesca, de um terminal para investigação científica, e ainda construção de novas marinas, em São Vicente.

“Tudo observando aquilo que também são os interesses da própria Associação de Pesca, não só a construção de um estaleiro naval, mas de todas as condições para que a indústria pesqueira tenha naquela zona da Onave uma área segura”, asseverou Abraão Vicente.

O ministro aproveitou o ensejo para lançar um alerta às empresas de São Vicente e às empresas imobiliárias que continuam a procurar a zona dos estaleiros, em Cova Inglesa, para a construção de empresas hoteleiras quando a ilha “não tem nenhuma outra localização para a indústria da pesca”.

“Em toda Baía, em toda a área, em todo o desenho de São Vicente, não existe outra área com aquelas condições para o desenvolvimento do sector da pesca e do sector do recreio”, considerou a mesma fonte.

O ministro justificou este posicionamento alegando que o ministério continua a receber, através do Gabinete de Concessões, “propostas-promessas”, desenvolvidas e validadas pela Cabo Verde TradeInvest, tanto em relação à ocupação da Onave, como também aos estaleiros da Cabnave.

Uma situação, que, considerou, só está a acontecer por as pessoas não estarem a ser realistas.

“Só construir, de acordo com o estudo que nós tivemos, um quebra-mar na zona da Saragarça custará ao Estado de Cabo Verde 115 milhões de euros”, sublinhou o governante, referindo-se ao projecto da Zona Económica Especial Marítima (ZEEM), que projectava levar para a zona de Saragarça toda a indústria ligada ao sector.

Para Abraão Vicente deve haver “uma sintonia” entre os que promovem os negócios e os investidores, porque Cabo Verde “não pode ser aquela área onde qualquer pessoa chega, localiza um terreno do seu interesse e começa a desenvolver um projecto”.

É preciso, sustentou, ter “respeito” pela autoridade portuária, no caso a Enapor.

Nesta mesma senda, o ministro do Mar apelou ainda para que também todas as outras reflexões à volta da economia azul e do mar “sejam feitas no Mindelo”, considerou, referindo-se, por exemplo, à terceira conferência da Década do Oceano, a ser realizada pela Presidência da República, na ilha do Sal.

“Nada contra as outras ilhas, nada contra a promoção de outros eventos noutras ilhas, mas é importante respeitar aqueles que já estão a trabalhar nesse sector e Mindelo localizou-se, posicionou-se, historicamente, como a ilha e o território nacional, a partir da qual estamos a projectar a economia azul em Cabo Verde”, sustentou.

Por isso, disse, não é por acaso que é no Mindelo onde estão instalados o Instituto do Mar, a Escola do Mar, a Empresa Nacional de Administração dos Portos (Enapor), a Cabnave e o único estaleiro naval de pesca em Cabo Verde, a Onave.

“Estamos aqui a construir, no Mindelo, o ‘hub’ para a economia azul. Isto parte do princípio que nós temos que respeitar a planificação que está a ser feita”, sentenciou Abraão Vicente.

Onave fez parte de uma visita de três pontos realizada pelo ministro do Mar na manhã de hoje e que dão continuidade à uma agenda iniciada na sexta-feira, 03, para se inteirar de projectos do sector sob sua tutela, em São Vicente.

LN/CP

Inforpress/Fim

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