Santiago Norte: Clínicos gerais dos cuidados primários da saúde capacitam-se em psiquiatria e psicofarmacologia

06-05-2024 14:40

Assomada, 06 Mai (Inforpress) – Um grupo de médicos clínicos gerais dos cuidados primários da saúde da região Sanitária Santiago Norte (RSSN) participa numa capacitação em psiquiatria e psicofarmacologia, para uma melhor abordagem aos doentes com transtornos mentais.

Em declarações à imprensa, no acto da abertura, a directora Nacional da Saúde, Ângela Gomes, explicou que a Direcção Nacional da Saúde (DNS) é a parte responsável pela implementação das políticas nacionais de saúde e que tem a responsabilidade de trabalhar na orientação estratégica das políticas e dos planos.

Sendo assim, esta responsável avançou que já existe um Plano Nacional Estratégico da Saúde Mental com vigência até 2026 e que já foi aprovado um plano de prevenção do suicídio.

O Plano Nacional Estratégico, conforme Ângela Gomes, possui uma parte estratégica e outra operacional, ressaltando que ambos os planos (estratégico e de prevenção do suicídio) estão alinhados com os documentos normativos internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) no que tange à saúde mental.

Sobre a acção de formação em si, explicou que esta acção vai decorrer de 06 a 08 de Maio, no gabinete técnico da RSSN e visa a “desinstitucionalização” dos cuidados da saúde mental, sublinhando que é uma formação que vai ser ministrada em todas as ilhas e regiões do país, para capacitar os médicos sobre os cuidados primários na abordagem de todos os transtornos mentais, com foco em “dar resposta imediata às pessoas nesta situação”.

A directora reforçou ainda que o Programa Nacional da Saúde Mental (PNSM) desenhou “grandes objectivos” para o ano 2024, que passam pelo “desenvolvimento do capital humano, que tem a ver com a parte formativa, a mobilização de mais recursos humanos para a saúde mental, ter psicólogos, médicos psiquiatras em todas as regiões do país, especializações dos enfermeiros para intervenções comunitárias”, indicou, reforçando que já se encontra desenhado um fluxograma de resposta quer aos doentes que entram nas estruturas de saúde, quer também aos doentes em situação de rua.

Além da parte da responsabilidade da DNS e do sistema nacional da saúde, esta responsável deixou claro que este processo exige uma intervenção multissectorial, que já está a ser feita, pois tem que ser criada uma rede de respostas, ou a criação de uma Linha Verde para a prestação dos primeiros socorros e orientações no cartaz da saúde mental.

À sociedade, pede que seja “mais resiliente, mais complacente, tentar procurar formas de diminuir a ansiedade e anseios”, de forma a cada um fazer a sua parte, ouvir mais uns aos outros e a dar uma atenção principalmente à família.

O formador, médico psiquiatra, Aristides da Luz, sublinhou que os conteúdos que vão ser trabalhados nestes três dias já são do conhecimento dos formandos, mas, o que se pretende agora é capacitá-los e fazer com que fiquem e estejam “mais à vontade” no momento de abordarem uma pessoa com algum distúrbio mental.

Quanto ao ano da saúde mental, alertou que não deve ser somente este ano, mas sim aproveitar este ano e reforçar a sensibilização para esta situação, justificando que existe um aumento da incidência das perturbações a nível mundial e por diferentes factores, que necessita de ser quebrado.

Aliás, alertou pela necessidade de se quebrar a barreira que “impõe o divórcio” entre a saúde física e a mental, explicando que estes não são e nem podem ser separados, mas também a necessidade de combater o estigma existente em relação às perturbações mentais.

“Muitas vezes o estigma é mais prejudicial do que até a própria doença”, considerou, sublinhando que muitas vezes as pessoas não procuram os cuidados porque são rejeitadas devido a doença.

Dos formandos, a médica clínica geral, Mara Fortes, considerou como sendo de “extrema importância” esta iniciativa, evidenciando a alta taxa de suicídio, homicídio, feminicídio que o país e o mundo têm deparado nos últimos anos, sendo necessário capacitar os médicos e estes depois possam replicar essas informações, para que se possa ter uma repercussão e impacto maior.

A acção de capacitação está a ser desenvolvida pela DNS, através do PNSM, com assistência da OMS e vai decorrer em todas as ilhas do país, de forma faseada, abarcando cerca de 50 por cento (%) dos médicos que trabalham na atenção primária.

MC/ZS

Inforpress/Fim

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