Santa Catarina: Ministro manifesta confiança em ver um dia a Tabanca elevada a Património da Humanidade

27-04-2024 17:12

Assomada, 27 Abr (Inforpress) – O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas manifestou hoje a sua confiança em ver a Tabanca ser elevada a Património da Humanidade e pediu aos grupos que se mantenham firmes na tradição.

Abraão Vicente mostrou esta confiança no seu discurso, em Assomada, durante o acto da assinatura de um acordo financeiro entre o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, através do o Instituto do Património Cultural (IPC) e sete grupos de tabanca de Santa Catarina.

Segundo este governante vai ser preparado o dossier para manifestação e apresentação desta iniciativa à UNESCO, acreditando que assim como Cidade Velha e a Morna, a tabanca possa vir a ser Património da Humanidade, ressaltando que este processo leva o seu tempo.

Sobre o acordo financeiro, celebrado com os sete grupos, onde cada um recebeu o valor de 200 mil escudos, relembrou que é uma acção que já está a decorrer desde 2018, e este valor, caso for bem empregue, dará os seus frutos.

Ainda, na questão da tabanca, Abraão Vicente afiançou que esta tradição “não está a morrer” considerando que a tabanca “está no ar, nas pessoas” e enquanto existe o património vivo (as pessoas), garantiu que a tabanca também “não morre”.

Entretanto, sublinhou que é preciso fazer o trabalho da passagem do conhecimento, acentuando que muito mais do que pensar no momento de festa é enraizar a tabanca na comunidade de tal maneira que as actividades, ao serem feitas, sejam mais tradição do que simplesmente um ritual para divertimento. 

Abraão Vicente desabafou que a sua grande preocupação com a Cultura em Cabo Verde não é o seu desaparecimento, mas sim a superficialidade com que são celebrados alguns actos e rituais culturais, transformando-os apenas em momentos de festa, pelo que reforçou que “cultura é muito mais do que isso”.

O ministro lançou um desafio aos grupos e à Câmara Municipal de Santa Catarina no sentido de resgatarem os rituais fortes da tabanca no município, pois “o futuro não é somente o digital, mas é também a tradição”. 

Neste mesmo evento, anunciou que vai ser lançada a obra de reabilitação do Museu Norberto Tavares, orçado em 21 mil contos, informando que o financiamento já se encontra garantido e o concurso vai ser lançado dentro de dias para dar ao Museu, que foi também Museu Tabanca, a sua dignidade.

Em representação do grupo de tabanca de Tcharco, José Avelino Monteiro disse no seu depoimento que o montante tem possibilitado a realização de várias intervenções importantes, e neste ano, o montante vai ser canalizado para construção de tambores e de vestuários, o que segundo o mesmo simboliza a tabanca.

Por seu turno, Ana Samira Baessa, presidente do IPC, afiançou que estão a trabalhar no processo contínuo de valorização da tabanca enquanto Património Nacional e que ao longo de vários anos têm vindo a fazer este trabalho juntamente com os grupos.

Segundo esta responsável, o financiamento não representa apenas um apoio para que os grupos realizem actividades de tabanca, mas também permite uma relação de confiança, previsibilidade com os grupos e acompanhar a dinâmica da tabanca, justificando que cada uma tem a sua particularidade e o objectivo é fazer este resgate.

Já a vereadora Isabel Monteiro, em substituição à presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, garantiu que há disponibilidade da autarquia santa-catarinense em auxiliar os grupos da tabanca no município.

Ressaltou que a autarquia tem um gabinete incubadora de negócios que pode apoiar os grupos na elaboração de projectos e na justificação de valores recebidos para que possam receber cada vez mais apoios para não perderem.

MC/HF

Inforpress/Fim 

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