Santa Catarina: Fisioterapeuta pélvica alerta para necessidade de quebrar tabus e começar a cuidar da saúde íntima da mulher além da parte ginecológica

29-04-2024 16:30

Assomada, 29 Abr (Inforpress) – A fisioterapeuta com especialização em fisioterapia pélvica aplicada na saúde da mulher e do homem, Evelise Amado, alertou hoje para a necessidade de quebrar tabus e começar a cuidar da saúde íntima da mulher além da parte ginecológica.

A especialista deixou este alerta em entrevista à Inforpress, ressaltando que a saúde da mulher é e continua a ser uma prioridade global, explicando que existem vários programas voltados para as mulheres, mas que na sua maioria são mais focadas na saúde maternal e infantil e mesmo a parte íntima é muitas vezes focada somente nos conceitos ginecológicos.

Mas, segundo a fisioterapeuta, a saúde íntima da mulher é muito mais e vai mais além disso, embora seja um assunto pouco abordado e pouco conhecido, e que “muitas vezes, nem a mulher sabe se tem necessidade de dar um olhar mais aprofundado na sua saúde íntima”.

Para Evelise Amado é necessário trabalhar mais esta questão porque a mulher, quando conhece a sua região, como é constituída, vai conseguir realmente detectar se algo está a passar de diferente, quando pode procurar ajuda, entre outros aspectos relacionados com o assunto.

“Se repararmos a mulher, ao longo da sua vida, passa por várias transformações, daí o facto de ser mulher, enfrentar questões hormonais, ter filhos, todas essas questões, se não forem verificadas, se não for feito um trabalho de prevenção ao longo do tempo, pode originar alguns problemas que na fisioterapia pélvica são denominadas de disfunções do assoalho pélvico”, disse.

Destas disfunções, começou por falar das queixas como perdas de urina, dor e desconforto durante a relação sexual, queda de órgãos pélvicos que descreveu como sendo a sensação de uma bola dentro da vagina, sublinhando que essas são consequências de uma não prevenção e da falta de alguns cuidados ao longo da vida.

E muitas vezes, continuou, “esses cuidados em falta resultam da falta de conhecimento, porque muitas coisas são possíveis de corrigir e melhorar somente com o comportamento”.

Neste sentido, relembrou que o objectivo da saúde é trabalhar na prevenção e não tratar doenças, defendendo assim que quando se informa, a mulher conhece a sua pessoa tem auto-conhecimento, vai identificar os problemas mais cedo ou trabalha no sentido de não os desenvolver e a longo prazo tem menos casos dessas doenças.

Para tratar esses problemas e aprofundar os conhecimentos a nível da saúde íntima da mulher, a fisioterapeuta evidenciou que a fisioterapia pélvica é a área que actua no tratamento dos problemas relacionados com o sistema urinário, também com aspectos a nível uterino, do intestino, gestação, parto, recuperação do parto, cólicas menstruais.

Aproveitou para deixar um alerta de que nenhuma dor em si é normal, mas é o corpo que está a manifestar algum desconforto, exemplificando com os desconfortos na gravidez que por muitas vezes são comuns e a sociedade já os considera como sendo normais, mas que na verdade não são.

Esta especialidade ainda é pouco solicitada, e a sua “maior preocupação” é que quando solicitado a faixa etária das mulheres assenta-se na camada jovem, principalmente com problemas a nível do assoalho pélvico, o que antigamente, ressaltou, era mais comum em mulheres adultas, como a perda de urina.

“Era algo mais comum em mulheres com mais de cinquenta anos, com vários filhos”, disse, justificando que era mais devido ao estilo de vida, sobrecarga, entre outros aspectos, mas que agora existem jovens com 20 anos com tais sintomas.

Nos jovens, explicou que muitas vezes pode estar relacionado com a prática de exercícios físicos, quando exageram ou não se posicionam correctamente, alertando que o exercício físico é bom sim, mas é preciso ter orientações para fazê-los como deve ser e não sobrecarregar o corpo, pois pode desencadear em outros problemas.

Como fisioterapeuta, pede aos jovens que não sigam somente os vídeos na internet para a cura dos problemas do assoalho pélvico, alertando que os vídeos dão as informações, mas que ao fazer os exercícios de forma incorrecta só agrava a situação, apelando à procura de um profissional em vez de tutoriais na internet.

Ao sistema de saúde deixou um apelo no sentido de dar mais atenção a essas questões, que assim como há mês ou dias para a conscientização do cancro da mama, do útero ou de outras doenças ligadas à mulher, que seja trabalhada também na conscientização sobre os problemas pélvicos que vão além da parte ginecológica.

MC/HF

Inforpress/Fim

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