Portugal: PR destaca nova era inaugurada pela revolução de 25 de Abril na linha do sonho de Amílcar Cabral (c/áudio)

25-04-2024 19:44

Lisboa, 25 Abr (Inforpress) – O Presidente da República, José Maria Neves, destacou hoje, em Lisboa, o facto de a revolução de 25 de Abril de 1974, em Portugal, ter inaugurado uma nova era, “muito” na linha do sonho de Amílcar Cabral.

A afirmação foi feita durante o seu discurso na cerimónia oficial das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que teve lugar no Centro Cultural de Belém (CCB), a convite do seu homólogo português Marcelo Rebelo de Sousa, juntamente com os outros chefes de Estados dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor Leste.

“Com a Revolução dos Cravos, inaugurou-se uma nova era, muito na linha do sonho de Amílcar Cabral, cujo centenário se celebra este ano. Ou seja, conquistada a independência, deveriam ser construídas as mais sólidas e especiais relações de amizade e cooperação entre estes novos países e o Portugal democrático”, frisou.

No entender de José Maria Neves, “o relógio da história avançou” e se inaugurou um novo tempo, com vontade mútua, “infelizmente” não muito comum nos tempos que correm, de reforço contínuo das relações.

“O impacto do 25 de Abril ultrapassou as fronteiras de Portugal e destes novos Estados, afirmando-se como um farol, inspirando e impulsionando a terceira vaga das democracias que se espalhou pelo mundo. Urge lembrar sempre que a Revolução de 1974 pôs termo a um colonialismo serôdio, um verdadeiro anacronismo às portas do último quartel do século XX”, sublinhou.

O Presidente da República considerou que foi o desfecho de uma “crise agónica, sinónimo de guerra colonial, de presos políticos, de Campo de Concentração do Tarrafal, do arbítrio, da perseguição, do medo, do exílio, da ausência de liberdades, da injustiça e da censura”, sem esquecer o isolamento, a pobreza e o êxodo de populações “desesperançadas” e a reiterada sonegação do direito colectivo ao desenvolvimento.

Para José Maria Neves, hoje é dia de celebrar aquele que foi um momento de viragem na história dos povos e nações (Portugal e ex-colónias), por isso, entendeu que o 25 de Abril é um património colectivo, de que todos se orgulham, já que, nas diversas frentes, “em graus variáveis e mais ou menos decisivos”, a contribuição foi de todos, para o sucesso das acções do Movimento dos Capitães.

“Assinalar o 25 de Abril é um dever de memória. Para que não se esqueça. Ou seja, é preciso recordar para que não se repita um passado que se quer distante. Manter e perpetuar memória equivale, igualmente, a transmitir aos mais jovens a nossa História comum, com verdade, com distanciamento, com apego aos valores supremos que o espírito de Abril tão bem incorpora e ilumina”, disse.

O Presidente José Maria Neves também realçou o facto de as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, juntarem em Lisboa, palco central dos acontecimentos de 1974, os mais altos representantes de Portugal e de todas as então suas antigas colónias, o que é “muito simbólico”.

Na cerimónia discursaram, para além do Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, também todos os outros chefes de Estados convidados, nomeadamente João Lourenço (Angola), José Maria Neves (Cabo Verde), Umaro Sissoco Embaló (Guiné-Bissau), Filipe Nyusi (Moçambique), Calos Vila Nova (São Tomé e Príncipe) e José Ramos-Horta (Timor-Leste).

O evento contou também com as presenças do embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, do ministro das Comunidades, Jorge Santos, do primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, do presidente da Assembleia da República de Portugal, José Pedro Aguiar-Branco, dos membros do Governo português, dos deputados da nação, do ex-primeiro-ministro português, António Costa, e representantes das principais instituições de Portugal.

DR/HF

Inforpress/Fim

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