Liberdade de Imprensa: AJOC manifesta “tristeza” e “preocupação” com a descida de oito lugares no índice

03/05/24 14:45

Cidade da Praia, 03 Mai (Inforpress) – A AJOC manifestou-se hoje “triste” e “preocupada” com a descida de Cabo Verde no Índice Mundial da Liberdade de Imprensa e propôs um debate para evitar que a liberdade e democracia continuem a ser vítimas dos ataques.

A inquietação foi manifestada pelo presidente da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde, Geremias Furtado, que falava aos jornalistas, à margem da conferência de celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, assinalado este ano sobre o tema: "Uma imprensa para o planeta: o jornalismo diante da crise ambiental".

"Acordamos com uma notícia triste, com a queda de oito lugares de Cabo Verde publicada hoje pela organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF). É um resultado que nos deixa “triste” enquanto jornalistas ainda porque as recomendações e comentários saídos do relatório dizem respeito às questões que a AJOC tem vindo a bater nesta tecla ao longo dos anos”, precisou.

Segundo disse, esta descida tem a ver com a questão da composição do conselho independente da Rádio e Televisão de Cabo Verde, a forma como os directores desses órgãos públicos continuam a ser escolhidos, autocensura, interferência política e os sucessivos ataques que os jornalistas sofrem nas redes sociais.

“Temos registado e visto muitas das vezes jornalistas a serem atacados nas redes sociais por terem abordados determinados temas, ou por não abordarem o assunto da forma como as pessoas queriam”, apontou.

Na mesma linha, acrescentou que muitas das vezes o jornalista deixa de abordar uma agenda própria, ou algo social para cumprir a agenda política.

“Entendemos que é preciso reflectir para pôr cobro a estes ataques por forma a evitar que a nossa liberdade de imprensa, que os nossos jornalistas e a nossa democracia continuem a ser vítimas desses tipos de ataques”, disse o presidente, que considerou que para além do estado, entidades públicas, e os responsáveis dos órgãos, os jornalistas têm também a responsabilidades para melhorar o seu trabalho.

De acordo com o relatório publicado hoje pela organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Cabo Verde desceu oito lugares no Índice Mundial da Liberdade de Imprensa, de 33.ª, em 2023, para a 41.ª posição, enquanto Angola, Brasil e Portugal subiram.

Entre os oito dos nove Estados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que constam desta tabela publicada anualmente, a qual não inclui São Tomé e Príncipe, Portugal é o único assinalado a verde.

O Índice Mundial da Liberdade de Imprensa, publicado anualmente pela Repórteres sem Fronteiras, avalia as condições para o jornalismo em 180 países e territórios.

A cerimónia contou também com a intervenção do embaixador dos Estados Unidos da América, Jeff Daigle e da embaixadora da União Europeia, Carla Grijó.

AV/ZS

Inforpress/Fim

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