João Branco revela detalhes sobre a peça “Dona Pura e os Camaradas de Abril” a estrear-se em Maio (c/áudio)

22-04-2024 9:18

Lisboa, 22 Abr (Inforpress) – O director artístico da Saaraci Colectivo Teatral, João Branco, partilhou os detalhes sobre a peça “Dona Pura e os Camaradas de Abril”, com estreia marcada para 17 de Maio no Festival Internacional Teatro do Alentejo (Portugal).

“Vai estrear no dia 17 de Maio no Festival Internacional Teatro do Alentejo, em Beja, e depois o dia 18 estará em Serpa, também no âmbito do mesmo festival. Nos dias 22 e 23 de Maio vai estar no Fitei [Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica], que é um dos principais festivais de teatro portugueses no Porto e depois vai andar por vários lugares, sendo que aqui em Lisboa será em Setembro e Cabo Verde em Novembro, no âmbito do Mindelact”, contou à Inforpress, em Lisboa.

O actor, encenador e professor de teatro indicou que a peça de teatro “Dona Pura e os Camaradas de Abril”, fruto da adaptação da obra do escritor cabo-verdiano, Germano Almeida, com o mesmo nome, é a segunda criação original do Saaraci Coletivo Teatral.

Depois do projecto que está a ser desenvolvido em Portugal desde Maio de 2023, segundo João Branco, “Saaraci” é uma homenagem à artista Luísa Queiroz e ao seu livro “Saaraci, o Último Gafanhoto do Deserto”, que também deu origem à primeira produção do colectivo.

O director ressaltou a importância de manter a identidade cabo-verdiana em todas as produções do grupo, destacando que a equipa é maioritariamente composta por artistas cabo-verdianos, no entanto, também valoriza a diversidade, como evidenciado pela participação do actor português Pedro Lamares nesta peça, cuja história se entrelaça com a cultura cabo-verdiana.

“Nós somos um grupo de teatro sediado em Portugal, mas que carrega a bandeira cabo-verdiana (...) na verdade, nós somos um grupo de teatro cabo-verdiano na diáspora, como existem grupos de música, como existem grupos de dança, como existem outros tipos, géneros de associações, ou seja, as nossas equipas são cabo-verdianas e os actores são cabo-verdianos”, enfatizou.

A música da peça é assinada por Mário Lúcio Souza, conforme o responsável, indicando que “Dona Pura e os Camaradas de Abril” é o primeiro capítulo de uma trilogia dedicada ao que João Branco denomina como “25 de Abril crioulo”, explorando as diversas formas como este evento histórico influenciou Cabo Verde e vice-versa.

Os próximos espetáculos prometem abordar esta temática de maneiras diversas, incluindo teatro-dança e teatro-música, sempre mantendo a identidade cultural cabo-verdiana como pilar central do projecto.

“E todos os espectáculos que nós fazemos e que iremos fazer no futuro têm esta identidade cultural, têm esta matriz cénica que foi gerada em Cabo Verde, onde fiz toda a minha carreira. O que eu sou enquanto homem de teatro, é de cabo-verde. Não posso, de repente, só porque atravessei o Oceano Atlântico, ser outro artista, outra pessoa e mudar a minha identidade do pé para a mão”, frisou.

A característica da trilogia é que o primeiro é um espetáculo “teatro-teatro”, com a “Dona Pura e os camaradas de Abril”, o segundo será um espectáculo de “teatro-dança”, como o nome “Cabral Corpo”, com a encenação da Sara Estrela e dramaturgia do Filinto Elísio, e o terceiro será um espectáculo de “teatro-música,” utilizando textos revolucionários de referência da época, mas trazendo-os para os diferentes crioulos de Guiné e de Cabo Verde.

DR/AA

Inforpress/Fim

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