Ilha do Sal: Líder sindical diz que comemorar o Dia do Trabalhador este ano é como “tapar o Sol com a peneira”

30-04-2024 20:20

Espargos, 30 Abr (Inforpress)- O presidente do Sindicato da Indústria, Comércio e Turismo(Sicotour) considerou hoje que diante de todos os problemas laborais que os trabalhadores vêm enfrentando, comemorar o Dia do Trabalhador este ano é como “tapar o Sol com a peneira”.

Nilton Vaz expressou esse sentimento numa entrevista à Inforpress, para falar da situação dos trabalhadores na ilha, na véspera de comemorar o Dia do Trabalhador.

Conforme o sindicalista, os trabalhadores têm aproveitado este dia para festejar, mas que deveria ser um dia para fazer alguma avaliação e pedidos a quem de direito que a situação laboral no país seja melhor debatida.

 

“Temos noção que estamos a sair de uma pandemia e as coisas não têm sido fácil para algumas empresas, mas o nosso sindicato tem utilizado o diálogo no sentido de tentar, pelo menos, encontrar as melhores soluções quanto às precariedades contratuais, da carga horária, principalmente quando se fala a nível do turismo”, explicou.

 

“Falando a verdade, este ano, comemorar o dia primeiro de Maio é como tapar o Sol com a peneira, e o que os sindicatos querem é que os trabalhadores sintam bem. Por isso continuamos a pedir ao Governo no sentido de tentar dar melhores condições aos trabalhadores”, precisou.

 

Segundo a mesma fonte, o sindicato tem recebido muitas queixas neste sentido e tem tentado dialogar com as empresas, para criar um mecanismo que proteja os trabalhadores para o bem do turismo na ilha, assim como em outras áreas.

 

“O sindicato tem feito este alerta no sentido de encontrar mecanismo em que o trabalhador possa trabalhar e ter um salário digno assim como outras condições que precisam estar bem”, reforçou.

 

Nilton Vaz diz que é necessário “um certo equilíbrio”, para que os trabalhadores tenham alguma certeza sobre os seus empregos, principalmente no Sal que, por causa da sazonalidade no turismo, acaba por colocar muitas pessoas em casa em épocas chamadas “baixas”.

 

“Nós temos estados a pedir às empresas e a quem de direito no sentido de tentar ter essa abertura e no futuro ter um acordo coletivo de trabalho que vai regularizar vários aspectos, como a carreira do trabalhador, o salário e outras coisas que a empresa pode tirar proveito, lembrando que o trabalhador tem direitos e deveres”, reiterou o sindicalista.

 

Quanto ao trabalho da Direção Geral do Trabalho e da Inspeção Geral do Trabalho, Nilton Vaz assegura que tem tido um acompanhamento e inspeção para com os incumprimentos das empresas em relação ao pagamento das contribuições para a Proveniência Social, para evitar “a técnica que está sendo utilizada que é descontar o montante no salário trabalhador, mas que depois não é entregue à Previdência social”.

 

O presidente do Sicotour concluiu encorajando a todos os trabalhadores cabo-verdianos a continuarem esta luta, a dialogarem e a cumprirem também os seus deveres.

“Continuar esta luta firme, dialogar e cumprir os deveres e depois às entidades que venham encontrar esse equilíbrio entre as coisas para que no futuro ambas as partes tenham resultados (…) e pedir que tenham consciência quanto ao novo código laboral para que não venha trazer constrangimentos futuros”, concluiu.

 

NA/JMV
Inforpress/Fim
 

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