Cidade da Praia, 10 Mai (Inforpress) - O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, destacou hoje, na cidade da Praia, os desafios de liderar num pequeno estado insular em desenvolvimento, sublinhando que tem pagado um preço “demasiado elevado” para provar transparência.

O governante discursava no encerramento da segunda edição da Leadership Summit Cabo Verde, que vinha decorrendo desde terça-feira, 07, na cidade da Praia, sob o mote “Liderança Atlântica: Sustentabilidade energética, turística e digital”.

Na ocasião, Abraão Vicente observou que, apesar das métricas de liderança adotadas, Cabo Verde ainda enfrenta desafios significativos, incluindo um PIB per capita abaixo do desejado e a necessidade de desenvolvimento econômico sustentável.

Outro ponto abordado pelo ministro foi o facto de os países em desenvolvimento, especialmente africanos, enfrentarem desafios na busca pela transparência e prestação de contas.

“Quando pensamos na transparência, pensamos em prestação de contas, governabilidade, ou governação, de acordo com um quadro jurídico previsível, onde as instituições e quem investe tem de facto segurança jurídica, mas nós temos estado a pagar um preço demasiado elevado para provar constantemente que como africanos e como países em vias de desenvolvimento somos transparentes”, afirmou.

“Pagamos um preço que nenhum outro país da Europa paga, que nenhuma economia ocidental paga, que nenhum país desenvolvido paga”, completou.

Abraão Vicente destacou ser fundamental compreender o contexto das lideranças nacionais, internacionais e institucionais, enfatizando que Cabo Verde só poderá liderar em qualquer um dos sectores, especialmente nos da sustentabilidade, da transição energética e da economia azul, quando se entender, completamente, o contexto no qual esse pequeno estado insular está inserido, assim como a maneira como o país é percebido durante negociações, tomadas de decisão e projecção de suas ambições nacionais.

“Cabo Verde triunfa, tem triunfado e tem sido um país com sucesso porque nós ambicionamos não apenas combater e mitigar a pobreza, mas construir um país, e quem visita as nove ilhas habitadas rapidamente perceberá o impacto da emigração, o impacto da nossa diáspora (…)”, reconheceu.

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