Fogo: Empresa Suifogo denuncia desigualdade no tratamento na entrada de embalagens plásticas no país (c/áudio)

19-10-2024 9:20

São Filipe, 19 Out (Inforpress) – O director da empresa Suifogo, que intervém na produção de derivados da pecuária, Manuel Mendes, denunciou a “desigualdade no tratamento” na entrada de embalagens de plásticos no país, por parte da Direcção-geral do Ambiente.

A Suifogo, uma das empresas de produção de requeijão, enfrenta neste momento, segundo o seu director, “sérias dificuldades” com a nova legislação de importação de plásticos.

Em causa está a proibição de importação de taças plásticas utilizadas pela empresa na embalagem do requeijão, referiu Manuel Mendes, que questiona o porquê de produtos importados, como iogurtes, doces, pudins e queijo, que utilizam o mesmo material, continuam a entrar no país sem restrições e em “larga escala”.

“A Direcção-geral do Ambiente está a penalizar drasticamente os produtores nacionais em detrimento dos produtores internacionais”, criticou Manuel Mendes, que, além da proibição, se referiu ainda à burocracia enfrentada pela empresa para desalfandegar as suas embalagens, quatro mil, que se encontram retidas na Alfândega, na cidade da Praia.

A Suifogo depende da importação de cerca de dez a 15 mil taças de plástico por ano para embalar o requeijão, enquanto “grandes importadores” trazem embalagens semelhantes em quantidades “muito maiores”, sustentou a fonte.

“Estamos a falar de milhares de toneladas de produtos importados que usam o mesmo tipo de plástico, mas a nossa empresa é impedida de usar as mesmas embalagens”, denunciuou o director de Suifogo.

Segundo Manuel Mendes, o requeijão, por ser um produto lácteo, exige embalagens de qualidade, que garantam segurança sanitária, pelo que considerou “inviável” utilizar embalagens biodegradáveis ou de papelão, pois o requeijão sai da produção a uma temperatura de 90 graus, o que exige um material resistente.

A empresa já acumula prejuízos com a interrupção da produção de requeijão, segundo o empresário, o que afecta não só as operações da Suifogo, mas também os criadores fornecedores de leite, além dos próprios trabalhadores que ficam sem poder trabalhar com a paralisação da produção.

Para Manuel Mendes a legislação parece aplicar "dois pesos e duas medidas" ao permitir que os produtos importados, que utilizam o mesmo tipo de plástico, entrem no país sem restrições e em grande escala, enquanto as embalagens permitidas para os produtos locais são barradas.

Manuel Mendes apelou à Direcção-geral do Ambiente para reconsiderar a aplicação da lei e permitir a importação das embalagens, a fim de garantir a continuidade da produção de requeijão.

“Estamos na fase de produção de requeijão e a empresa está a funcionar normalmente, mas, se persistir a situação, a Suifogo não irá participar na feira nacional de produtos locais que ocorrerá no dia 08 de Novembro, na cidade da Praia”, alertou Mendes.

O produto retido na alfândega são quatro mil embalagens que na Europa são de uso comum e são produzidas e comercializadas de forma normal, finalizou Manuel Mendes.

A Inforpress tentou ouvir os responsáveis locais do Ministério da Agricultura e Ambiente, mas sem sucesso.

JR/AA

Inforpress/Fim

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