Directora diz que Instituto Confúcio tem funcionado com escassez de professores

20-04-2024 2:15

Cidade da Praia, 20 Abr (Inforpress) – A directora do Instituto Confúcio, Ermelinda Tavares, avançou hoje que o instituto, que lecciona para 1085 alunos, tem funcionado com escassez de professores e que tem havido casos de recusa de alunos em aprenderem o mandarim.

Esta responsável manifestou esta preocupação à Inforpress no âmbito do Dia Internacional da Língua Chinesa, assinalada anualmente a 20 de Abril, asseverando que após o decréscimo de interessados em 2019 por conta da pandemia, o instituto saboreia este ano um aumento do número de alunos, mas com falta de docentes.

Em Janeiro de 2016 com a abertura da instituição, começou a leccionar cursos de língua e cultura chinesa com pouco mais de 400 alunos, tendo até a presente data, leccionado 13.438 cabo-verdianos.

Dos 1.085 alunos que fazem parte do instituto, realçou Ermelinda Tavares, quatro estão a concluir o sexto semestre na universidade chinesa.

O Instituto Confúcio da Universidade de Cabo Verde tem registado casos de desistência de alunos no meio do ano, avançou, sublinhando que os motivos têm a ver com a ocupação dos formandos, instabilidade financeira e a divergência de horários.

“Tivemos alunos por exemplo que são enfermeiros que trabalham por turno e a língua chinesa não permite que as pessoas faltem muito. Nós temos de ter um acompanhamento intensivo sério em assistir as aulas, caso contrário não conseguem acompanhar”, esclareceu, evidenciado que os alunos propuseram a isenção de propinas que, entretanto, não foi aceite pela administração.

Segundo Ermelinda Tavares, houve um aumento de alunos de 2017 a 2018, mas em 2019, com o início da pandemia de covid-19 no território chinês, houve uma diminuição drástica uma vez que os alunos “não estavam à altura de terem aulas online” devido à distância e do fraco poder económico.

Neste momento, os cursos funcionam com apenas oito professores chineses e dois cabo-verdianos, asseverando que, contudo, receberam esta quinta feira um anúncio da China que vão enviar oito professores voluntários e professores universitários.

Conforme explicou, havendo professores suficientes “vão abraçar todos os interessados” em todas as escolas secundárias tendo por objectivo a massificação do ensino do mandarim em Cabo Verde.

A celebração do Dia da Língua Internacional Chinesa é comemorada este ano sob o lema “Língua Chinesa: conectando através da ponte da aprendizagem mútua” em conjunto com o Ano-Novo Chinês, momento este dedicado a promover a compreensão, intercâmbio e a aprendizagem entre diferentes civilizações.

“Estando nós neste ano do dragão, queremos fazer com que as pessoas compreendam o significado que suscita entendimentos diferentes. Para os chineses o dragão representa a prosperidade, traz esperança, boa sorte, representa autoridade e força, a benevolência, a coexistência harmoniosa e a coragem”, explicou.

O Dia da Língua Chinesa celebra-se, anualmente, a 20 de Abril, com o objectivo de fomentar a consciencialização e o respeito pela história, cultura e legado da língua.

A data foi escolhida a partir do sexto período solar Guyu, um dos 24 períodos solares presentes nos calendários tradicionais na região, como forma de prestar homenagem a Cangjie, historiador do imperador Huang-Ti (também conhecido como Imperador Amarelo) e inventor dos caracteres chineses.

LT/HF

Inforpress/Fim

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